Agricultura

Como controlar o percevejo do milho?

Um dos grandes desafios dos produtores de milho é manter suas lavouras livres de pragas. A missão não é fácil, pois há uma enorme diversidade de insetos em busca de alimento nos milharais. É o caso dos percevejos, pragas sugadoras que debilitam as plantas e derrubam os níveis de produtividade. Os mais significativos em termos econômicos são os percevejos barriga-verde das espécies Dichelops furcatus e Dichelops melacanthus.

O período inicial de desenvolvimento das plantas, entre a emergência e o estádio V5, é o mais crítico em relação ao ataque dessas pragas. Ao se alimentarem das jovens plantinhas, os insetos danificam os meristemas, tecidos vegetais que dão origem a todos os demais, pois são compostos por células que ainda não sofreram diferenciação. Os meristemas são responsáveis pelo crescimento, em tamanho e espessura, das plantas. 

Como consequência desses ataques, surgem furos assimétricos no limbo foliar, folhas murchas e as plantas podem ficar deformadas e amareladas. Dessa maneira, o desenvolvimento e a produtividade da lavoura e a rentabilidade do produtor tornam-se comprometidos. E pode ser pior. No caso de ataques muito severos nessa etapa inicial da formação, ocorre a morte e redução do estande das plantas no milharal e, não raramente, se nenhum controle for feito pode ser preciso o replantio. O nível de prejuízo fica ainda mais elevado. Por todos esses motivos, é fundamental que se faça o controle dessas pragas nos primeiros dias após a emergência das plantas. 

No entanto, o manejo de proteção das lavouras começa até antes disso. Como os percevejos podem migrar de culturas recém-colhidas, como soja e feijão, é imprescindível fazer um rigoroso monitoramento antes da semeadura do milho. Caso o produtor se depare com uma infestação relevante, é necessário que se faça o controle com aplicação de inseticidas de forma preventiva. 

Logo após a colheita da cultura anterior, os percevejos buscam abrigo em outras plantas, e as daninhas acabam se tornando uma boa alternativa para sua sobrevivência. Como parte do Manejo Integrado de Pragas (MIP), a dessecação antecipada  é inserida no processo com a função de eliminar essas hospedeiras e limpar a área para a entrada do milho. Já na fase do plantio, o uso de sementes tratadas com inseticidas eficientes ajuda a proteger as plântulas do ataque de percevejos. Como essa defesa vai até certo ponto, ganha importância o monitoramento das pragas após a emergência, para verificar a necessidade, ou não, de aplicações complementares de inseticidas na parte aérea das plantas. 

Além do combate direto, os agricultores podem adotar medidas complementares e estratégias de prevenção, como a rotação de culturas, plantio em épocas menos favoráveis aos insetos, optar por híbridos mais adaptados à região de cultivo e zelar pela nutrição do solo de modo a favorecer a tolerância das plantas.

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