Agricultura
Mofo-branco: o que é e como identificar na soja
O mofo-branco, também conhecido como podridão-branca e podridão-de-Sclerotinia, é uma das doenças fúngicas mais destrutivas do campo. Causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, afeta lavouras de inúmeras culturas, em especial as de soja, feijão, algodão, batata e algumas hortaliças.
A sua importância na agricultura se dá principalmente por sua agressividade quando em contato com as plantas cultivadas, por sua rápida transmissão e proliferação, por sua resistência aos produtos fungicidas e pelo difícil manejo.
Além disso tudo, trata-se de uma doença com mais de 400 espécies hospedeiras e com um amplo espectro de contaminação. Pode ser disseminada por meio de sementes infectadas, por isso a importância do uso de sementes de qualidade.
Quando não controlado, o mofo-branco pode ocasionar queda de até 70% na produtividade de uma plantação de soja — em alguns casos, em que não há ações corretas de manejo, os danos podem ser ainda maiores.
A seguir, entenda como se comporta essa doença fúngica, quais as condições propiciam a sua proliferação e como identificá-la na cultura da soja.
Danos do mofo-branco na soja
Os danos causados pela presença de mofo-branco nas lavouras de soja são inúmeros e muito severos. Sendo capaz de atacar qualquer parte da planta, seu patógeno tem maior incidência sobre as hastes (principal e laterais), as vagens e os ramos da soja.
No campo, a doença se manifesta com maior intensidade entre a floração plena (R2) e o início da formação das vagens (R3/R4), estádios em que a flor serve como fonte primária de energia e alimento para o fungo.
Entre os seus danos, um dos mais importantes na soja é a interrupção do fluxo de água e nutrientes na planta, que resulta no escurecimento das folhas e do caule da soja. Além disso, com a formação de escleródios em sua parte interna e externa, a haste principal e os ramos laterais ficam ocos e esbranquiçados, podendo causar a morte.
Condições favoráveis ao mofo-branco
Nas lavouras de soja, as condições favoráveis ao estabelecimento do mofo-branco estão relacionadas ao clima. A doença se manifesta com facilidade em ambientes de temperaturas amenas, entre 18ºC e 25ºC, e de alta umidade.
Portanto, áreas irrigadas ou com molhamento foliar são os principais alvos do patógeno causador da doença. Daí a importância de realizar ações que deixem o solo do cultivo arejado.
Como identificar o mofo-branco na soja
Os primeiros e os principais sinais do ataque de mofo-branco na soja podem ser identificados a partir de manchas aquosas que se formam nas folhas da cultura e em qualquer outra parte aérea da planta.
Depois dessa fase inicial de contato, se não controlada adequadamente, a doença evolui nas lavouras. Ela começa a produzir hifas sobre as manchas e a formar micélios brancos e densos, que lembram um algodão. Daí o nome da doença.
Com o avanço da doença na lavoura, os micélios evoluem a um escleródio, podendo ser visualizados nas hastes e nas vagens da soja infectada. Nesse estágio da doença, as plantas começam a secar e se retorcer, podendo evoluir a morte.
Nas fases iniciais da doença, os danos são isolados, porém, sem o correto manejo formam reboleiras capazes de comprometer uma lavoura inteira. Além disso, podem permanecer no solo ou no interior dos tecidos das culturas por até 10 anos.