Agricultura
Novas tecnologias para o manejo de pragas na soja
A modernização dos meios de produção chegou no meio agro com força total, e o manejo de pragas na cultura da soja não ficou de fora!
Fernando Filho - ESALQ-USP
Surtos de pragas na plantação de soja são difíceis de prever e, portanto, caracterizam um desafio para os produtores. Essa baixa previsibilidade, no entanto, afeta diretamente a eficácia do manejo de pragas. Entre os diversos fatores que afetam a distribuição de pragas nos campos cultivados, podemos citar: sucessão de culturas, características das áreas vizinhas, clima, cultivar escolhida, tratos culturais e época de plantio.
Novas tecnologias podem ser utilizadas para mitigar esse problema, de modo a facilitar o monitoramento de pragas nas lavouras e entregar soluções para o controle dessas pragas, com precisão espacial e temporal.
A primeira tecnologia que iremos apresentar é o Sensoriamento Remoto, ciência que utiliza sensores que coletam informações para classificar objetos sem entrar em contato com esses. Os sensores utilizam a relação entre a quantidade de energia (geralmente energia solar) absorvida e refletida pelas plantas, para assim classificá-las. No campo, essa tecnologia pode ser utilizada para encontrar pontos da lavoura com sintomas de estresse biótico, insetos ou doenças, e abióticos, déficit hídrico ou nutricional, por exemplo.
Para um monitoramento de pragas mais eficiente, podemos também utilizar armadilhas inteligentes. Esses equipamentos são instalados nas lavouras e enviam, via sinal de celular, contagens diárias da quantidade de insetos capturados na armadilha (Figura 2). Dessa maneira, permitem um diagnóstico rápido, diferenciando pragas alvo e insetos não-alvo, correlacionando com a fenologia da lavoura, permitindo um melhor gerenciamento das pulverizações.
Em relação às ferramentas para o controle de pragas, destacamos a utilização de mais de 20 milhões de hectares de cultivares transgênicas com tecnologia de resistência a insetos. A última tecnologia disponível para os produtores é um evento Bt piramidado. Mas o que isso significa? Significa que a planta de soja com essa tecnologia será capaz de expressar três proteínas inseticidas provenientes da bactéria Bacillus thuringiensis, são elas Cry1A.105, Cry2Ab e Cry1Ac.
A utilização de agentes de controle biológico, também constitui uma tecnologia com grande potencial de aumento de utilização na cultura da soja. Esses agentes são divididos em microrganismos (fungos, vírus e bactérias) e macrorganismos (insetos parasitoides e predadores e, ácaros predadores). O mercado de controle biológico cresceu aproximadamente 70% no último ano e tem muito a oferecer aos sojicultores.
Por fim, e servindo como um link para grande parte das tecnologias apresentadas anteriormente, pode-se esperar nos próximos anos a presença de drones cada vez mais frequentes nas lavouras de soja. Esses veículos poderão ser utilizados com duas finalidades principais: transportar sensores para monitorar o status sanitário da lavoura e transportar equipamentos destinados à entrega de soluções químicas ou biológicas. Essa tecnologia tende a ficar cada vez mais acessível no agronegócio, tanto no sentido econômico, quanto na facilidade de operação.
As novas tecnologias já estão aí e vieram para ficar, você vai ficar de fora dessa?
Fonte Imagem:
Armadilha inteligente. Fonte DZN