Agricultura

Matocompetição e produtividade da soja: como manejar?

A busca por melhor produtividade na soja está diretamente relacionada à alta demanda que a cultura apresenta no país. Quando falamos em produtividade, não necessariamente estamos dizendo que há necessidade de um aumento da área plantada com a cultura. 

Fernando Filho - ESALQ-USP

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Existe uma série de fatores produtivos que permitem o sucesso da atividade agrícola, levando em consideração sustentabilidade e rentabilidade.

Dentre esses fatores, podemos citar a competição da cultura com plantas daninhas (plantas de não interesse comercial naquele momento), por água, luz, nutrientes e espaço. Esta competição é denominada matocompetição.

As plantas daninhas podem competir com a cultura da soja durante todo o ciclo, causando perdas de produtividade que variam de 29% a 90%, segundo Blanco (1974). Portanto, o correto manejo das plantas daninhas na plantação de soja é de extrema importância para se alcançar maior produtividade por área plantada.

O tempo em que a cultura está sofrendo matocompetição pode ser dividido em três períodos:

1º) PAI (Período Anterior a Interferência) – período inicial de desenvolvimento da cultura, onde há presença de plantas daninhas, mas sem causar prejuízos.

2º) PTPI (Período Total de Prevenção a Interferência) – período após emergência, onde a cultura deve se desenvolver livre da matocompetição, a fim de não promover perdas na produtividade. Após esse período, a cultura é capaz de se desenvolver livre da interferência das plantas daninhas.

3º) PCPI (Período Crítico de Prevenção a Interferência) – esse período ocorre entre o PAI e o PTPI e corresponde a fase em que as práticas de controle devem ser adotadas de forma efetiva. Caso não seja feito um manejo eficiente nesse período, haverá perdas na produtividade da cultura.

Sabendo desses períodos de competição, é importante ressaltar que a presença de plantas daninhas no estádio inicial de desenvolvimento da cultura pode ser prejudicial ao seu crescimento, mesmo que não seja observado aos olhos, pois é o período em que a cultura é mais sensível a interferência. Desta maneira, torna-se de grande importância a realização de uma boa dessecação da área, para que não haja matocompetição inicial com a cultura da soja.

Muitos agricultores optam por realizar uma dessecação da área com Glyphosate, porém, com o aumento dos casos de resistência a este herbicida é, cada vez mais, necessário à associação de Glyphosate com outros herbicidas. Para a dessecação da área para plantio da cultura da soja, podem-se usar as associações de Glyphosate e S-metalachlor, Glyphosate, Imazetapyr, Flumioxazyn, Imazetapyr, Dicamba e Saflufenacil por exemplo.

Vale ressaltar que a utilização de herbicidas residuais é bem-vinda, a fim de promover um controle por maior tempo. Após emergência da soja podemos empregar herbicidas para controle de gramíneas como, por exemplo, sethoxydim, haloxyfop, clethodim e, para o controle de plantas daninhas de folhas largas, podemos utilizar herbicidas seletivos a cultura, como por exemplo, bentazon e imazetapyr.

Lembrando que não se deve utilizar sub-doses dos produtos, a fim de evitar a seleção de plantas daninhas resistentes e que quanto mais jovens as plantas daninhas estiverem, maior será a eficiência de controle pelos herbicidas, visto que plantas daninhas em estádio inicial de desenvolvimento são mais sensíveis ao herbicida.

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