Agricultura

O que muda na produção de grãos com as novas tecnologias para a soja?

Novas tecnologias ajudam produtores a aumentarem a produção com menor uso de recursos como água, fertilizantes e defensívos agrícolas

Renan Umburamas - Engenheiro Agrônomo

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O mundo está passando por revoluções tecnológicas, é fato. Principalmente, na área da tecnologia e da genética, que estão transformando a maneira como a agricultura tem sido praticada até então. As novas tecnologias contribuirão ainda mais para maior eficiência nos recursos investidos, bem como um ajuste fino da relação dos nutrientes do solo pela necessidade da planta. É a agricultura digital.

Tecnologia na genética

Há pouco mais de 10 anos, foi sequenciado o genoma da soja e, desde então, novas perspectivas de plantas mais produtivas para o futuro. Recentemente, novas tecnologias de edição de DNA foram desenvolvidas, como o CRISPR. Conhecendo o genoma e sendo possível editá-lo, o desafio é identificar genes de interesse agronômico, o que ainda é uma tarefa complexa mas que se tornou factível com essas ferramentas.

Para ajudar na tarefa de identificação dos genes, os pesquisadores utilizam marcadores moleculares que tornam mais rápidas e simples a seleção de plantas no processo de melhoramento na lavoura da soja. Em outras palavras, é possível que seja selecionada uma planta com uma característica agronômica desejada ainda na semente, por exemplo.

A fenotipagem, que é a avaliação de cultivares pelos atributos da planta, também está se tornando mais fácil em relação ao que era realizado no passado. Pois através do uso de sensores é possível acompanhar e entender de maneira mais apurada o crescimento da planta e a sua relação com as condições do ambiente que ela se desenvolve, bem como suas respostas a ao estresse e ao desenvolvimento.

Agricultura de precisão: análise de imagens

O uso de drones e imagens aéreas também está modificando a forma dos agricultores conduzirem suas lavouras. Através do uso de imagens aéreas é possível identificar plantas daninhas em meio a lavoura, identificar áreas com incidência de nematoides e doenças foliares, estado nutricional das plantas, monitorar o crescimento da cultura e realizar estimativas da produtividade antes da colheita.

Monitorar plantas daninhas por imagens podem tornar o controle mais assertivo, reduzir os custos de monitoramento e de produtos químicos, bem como aplicação no alvo e no momento certo. O mesmo princípio é valido para o controle de pragas e doenças. Isso pode aumentar a eficiência de uso dos pesticidas, aumentar a produtividade e a rentabilidade do produtor.

A análise de imagens também facilita a identificação do estado nutricional das plantas, contribuindo  para um ajuste fino na aplicação de fertilizantes, bem como para tomadas de decisão eficaz ao longo do desenvolvimento da cultura. Tudo isso sem falar na melhoria da sustentabilidade do processo produtivo.

Agricultura digital: sensores

Através dos sensores, pulverizadores podem atingir os alvos, por exemplo, plantas daninhas, o que evita o desperdício de princípio ativo em plantas não alvo. Sensores de temperatura, precipitação, velocidade do vento e/ou umidade no solo podem estimar a evapotranspiração de água, e com base nisso um ajuste fino na irrigação é possível, o que aumenta a eficiência de uso da água. O monitoramento de pulverização tratorizada por GPS permite a pulverização assertiva e evita a sobreposição de pulverização na mesma área, e já é uma realidade na agricultura brasileira.

Sensores de colheita monitoram a produtividade do que está sendo colhido em tempo real,gerando mapas de produtividade. Esses mapas podem ser cruzados com mapas de análise de solo, e auxiliar nas tomadas de decisão sobre uso de fertilizantes para as próximas safras.

Atividade biológica do solo

A atividade biológica do solo, tem sua relação com a química dos nutrientes do solo e com as plantas. Em uma mesma cultura, como exemplo a soja, em que se semeia diferentes cultivares no mesmo solo pode existir variação nos micro-organismos presentes na rizosfera dessas cultivares. Essa interação 'micro-organismos x cultivar' pode interferir na dinâmica de absorção dos nutrientes disponíveis no solo, como na forma com que a planta desenvolve o seu sistema radicular, reage a condições de estresse e bem como relaciona-se a susceptibilidade a doenças e nematoides.

Conhecer melhor essa relação permite que no futuro sejam selecionadas as cultivares que apresentarem o melhor beneficio dessa relação.

No futuro também é possível que sejam selecionados micro-organismos que ajudem as culturas a melhor absorver nutrientes do solo, como o fósforo, ou que plantas sejam selecionadas para favorecer esses micro-organismos benéficos no seu sistema radicular, ou mais alem, que a eficiência de uso dos nutrientes aumente, de modo que os agricultores necessitem utilizar menores taxas de fertilizantes do que as atuais.

Sequestro de carbono no solo

A rotação de culturas e aprimoramento do manejo do solo ajuda a aumentar capacidade do solo reter água e nutrientes disponíveis para a cultura de interesse, além de aumentar o “sequestro” de carbono. O maior carbono favorece a atividade microbiana, que por consequência favorece o desenvolvimento das culturas.

Conclusão

Nos últimos anos, foram coletadas muitas informações das lavouras e os próximos passos são como obter decisões mais eficientes.

As novas tecnologias ajudam a prever o desenvolvimento da cultura e a aprimorar a perspectiva da produtividade da área. Essas informações proporcionadas pelas novas tecnologias podem ajudar na previsão da produtividade, permitindo ao produtor negociar com maior confiança a sua produção antes da colheita. As novas tecnologias permitem melhorar a qualidade da lavoura da soja, da produção, da eficiência do processo produtivo bem como otimizar a colheita.

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