Agricultura

10 dicas de nutrição para uma lavoura de soja | BASF

A soja é uma das culturas mais produzidas no Brasil. Por ano, em média de 130 milhões de toneladas do grão são colhidos. Desse total, mais da metade é comercializada no mercado internacional. 

 

Exemplo disso são as negociações realizadas em 2021. De acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), foram exportados mais de 86 milhões de toneladas do grão só no ano passado. 

 

Essa grande movimentação econômica reforça ainda mais o alto impacto da soja na economia brasileira. Portanto, garantir uma safra de qualidade, com grãos de peso e altos rendimentos, é fundamental aos sojicultores. 

 

Para isso, é preciso estar atento aos índices nutricionais do solo e da planta, uma vez que a maior parte das regiões destinadas ao plantio da soja no Brasil têm solos ácidos e pouco férteis — características opostas às que uma lavoura necessita para o bom desenvolvimento da cultura.

 

Um solo rico em nutrientes, com pH equilibrado e com alto grau de fertilidade proporciona melhores rendimentos ao produtor no fim da safra, visto que os nutrientes auxiliam na formação das plantas, tornando-as mais fortes e resistentes aos agentes causadores de doenças, pragas e ervas daninhas. 

10 dicas para garantir a nutrição das lavouras de soja 

É possível proporcionar essa condição à sua lavoura, mas para isso é preciso estar atento a uma série de ações de correção e enriquecimento nutricional em todo o ciclo da cultura. Confira:

1. Faça a análise do solo antecipadamente

Cerca de três meses antes da safra, é indicado que o produtor colete uma amostra do solo que receberá o plantio da soja e encomende uma análise dele a uma empresa especializada.

Assim, o agricultor saberá os percentuais de fertilidade e nutrição do solo e, a partir disso, conseguirá identificar com precisão quais as correções e sementes necessárias para a área. 

 

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a análise do solo é muito importante para obter uma safra rentável e produtiva. 

2. Evite a acidificação

Uma área com pH alterado atrapalha o desenvolvimento da cultura, porque a acidez dificulta a fixação do nitrogênio, um nutriente bastante importante para a soja. 

O índice de pH ideal das lavouras de soja deve variar entre 5,5 e 6,0. Para que esse valor seja alcançado e a qualidade do solo aumente, é preciso fazer uma calagem com calcário, cálcio e gesso. A quantidade de cada produto aplicado é calculada a partir da análise do solo. 

3. Garanta a fertilidade

Um solo em condições ideais para o plantio da soja deve ser fértil. Para que isso aconteça, ainda antes da semeadura o produtor deve adubá-lo com os macro e micronutrientes necessários à área em questão. 

 

A adubação é uma técnica que contribui para a maior produtividade da soja. Porém, como aponta a Embrapa, seus resultados “dependem do estado de fertilidade do solo e da garantia das suas exigências quanto às condições climáticas, desde que respeitadas as recomendações fitotécnicas quanto à época da semeadura, espaçamento e população de plantas”. 

 

Quando as sementes são plantadas em uma terra fértil, as chances da plantação não se desenvolver, devido às condições climáticas ou problemas de fertilidade, são menores. 

A informação do que deve ser colocado no solo e em quais quantidades também é obtida por meio da análise do solo e de estudos feitos por um engenheiro agrônomo.

4. Utilize quantidades iguais de nutrientes

Para que os nutrientes tenham total eficiência na adubação do solo, eles precisam estar dispostos na terra em proporções iguais. De acordo com a Embrapa, a porcentagem de nutrientes é definida a partir dos resultados da análise do solo.

“Os nutrientes têm sua disponibilidade determinada por vários fatores, entre eles o valor do pH, medida da concentração (atividade) de íons hidrogênio na solução do solo”.

 

Entre os nutrientes necessários aos grãos da soja, nitrogênio (N), potássio (K) e fósforo (P) são os mais consumidos pela soja. Depois, em menor quantidade, a cultura também precisa do cálcio (Ca), enxofre (S) e magnésio (Mg).

 

Cada um desses nutrientes deve ser depositado no solo em quantidades específicas, caso contrário, o produtor terá um solo com deficiências nutricionais e, no futuro, um ambiente suscetível às doenças da soja. Por isso, é de extrema importância o manejo de fertilizantes durante todos os períodos da lavoura. 

5. Invista na rotação de culturas

O plantio alternado de culturas é uma boa opção para a plantação de soja. A técnica promove o aumento de matéria orgânica no ambiente e da atividade biológica produzida no solo. Além disso, é uma excelente opção para o combate da acidez. 

A técnica também contribui para o combate das pragas e doenças da soja, isso porque torna as plantas fortes o que, automaticamente, as tornam resistentes aos patógenos. 

 

“Ela também melhora a qualidade biológica do solo e do ambiente como um todo; auxilia significativamente o controle da erosão; diminui custos de produção devido ao menor uso de insumos; aumenta a produtividade (produção por unidade de área)”, explica a Embrapa.  

Permite também o uso de diferentes produtos fitossanitários que irão contribuir para o manejo de resistência de plantas daninhas, pragas e doenças.

6. Trabalhe com a inoculação de sementes

A Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) é muito importante para o desenvolvimento da soja, pois, é por meio desse processo que o nitrogênio — o nutriente mais exigido pela soja durante seu cultivo — é captado. 

Para uma FBN eficiente, os produtores podem utilizar inoculadores dispostos em produtos químicos líquidos. Eles contêm em sua formulação cobalto e molibdênio, ambos essenciais à soja. 

 

A aplicação dos inoculadores deve ser feita nos sulcos das lavouras, no tratamento das sementes ou na aplicação foliar, logo após o plantio. 

“O uso de inoculantes é uma maneira ambiental e econômica mais eficiente para fornecer nutrientes. Estudos confirmam que a reinoculação da soja proporciona um aumento médio no rendimento anual de grãos de 8,4% em relação às áreas que não são inoculadas anualmente”, pontua a Embrapa.

7. Complemente o solo com potássio

Para que as plantas da soja cresçam adequadamente e apresentem grãos cheios e de boa qualidade, é preciso uma plantação nutrida de potássio. Sem o nutriente, a formação de açúcares na planta não acontece, o que compromete seu desenvolvimento.  

 

Por isso, é na fase de enchimento que o potássio é mais importante. Com as doses corretas de aplicação, o produtor pode alcançar o melhor enchimento dos grãos. 

 

Para garantir a boa produtividade, as aplicações de produtos com o nutriente devem ser constantes. Porém, nas fases R3 e R4 da soja, que é quando a vagem está se formando, sua utilização e disponibilidade são imprescindíveis.

8. Faça uma análise foliar da soja

Além da análise do solo, o produtor precisa fazer uma análise foliar da soja. Por meio dessa análise, feita diretamente com as folhas da cultura, é possível identificar como estão os índices nutricionais da planta.

 

Para o sucesso da estratégia, a investigação deve ser feita no início de florescimento da planta, ou seja, no estádio R1. A Embrapa recomenda uma análise de, ao menos, 35 folhas por talhão da lavoura. “Trifoliolodas recém-maduras, sem pecíolo, que, de modo geral, correspondem à terceira ou quarta folha a partir do ápice da haste principal”.  

9. Entenda as marchas de absorção dos nutrientes

Durante a safra da soja, há períodos em que a soja exige mais ou menos quantidades de nutrientes para seu desenvolvimento. 

Em alguns momentos, como no início da safra, a cultura registra uma absorção pequena de nutrientes. Já em outros, como na fase de enchimento dos grãos, há uma maior captação dos macronutrientes. 

Por isso, o enchimento é a fase mais importante da soja. É nesse momento que todos os processos feitos para a nutrição do grão se transformam em massa, ou seja, demonstram se são de qualidade ou não. 

10. Não se esqueça da impotância dos nutrientes

Quando em equilíbrio, os nutrientes promovem uma lavoura de alta produtividade. Porém, individualmente, cada um também tem uma funcionalidade específica. 

Entender como cada macro ou micronutriente funciona no metabolismo da planta é fundamental para garantir o pleno desenvolvimento da soja e sua qualidade. 

Para auxiliar os produtores, a Embrapa Soja disponibiliza um documento com todas as informações necessárias à correta realização da calagem, adubação e nutrição da soja. 

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