Agricultura
Saiba mais sobre o manejo eficiente de brusone no trigo | BASF
A Brusone é causada pelo fungo Pyricularia grisea e os sintomas podem ser observados em toda a parte aérea da cultura. O sintoma mais comum é o branqueamento de parte da espiga a partir do ponto de infecção
Daniel Grossi - ESALQ / USP
Entendendo a incidência de brusone na plantação de trigo
A Brusone é uma doença causada pelo fungo Pyricularia grisea e os sintomas podem ser observados em toda a parte aérea da cultura do trigo. O sintoma mais comum é o branqueamento de parte da espiga a partir do ponto de infecção. É comum serem observadas no campo espigas parte verde e parte de colocação esbranquiçada. Isso ocorre devido à interrupção de nutrientes para a parte superior do ponto de infecção, fazendo com que os grãos formados na parte branca tornem-se chochos.
Quando o ataque é bastante severo, pode haver mais de um ponto de infecção nas espigas e as perdas podem ser bastante elevadas, podendo chegar a 60%. Nestes casos, pode haver escurecimento da espiga a partir do pedúnculo, com lesões de coloração escura, brilhantes e tamanhos variáveis.
Sintomas nas folhas não são muito comuns, mas, quando ocorrem, se caracterizam por lesões de formato elíptico e coloração pardo-acinzentada, de tamanho variável. Conforme a doença evolui, o centro da lesão pode adquirir uma coloração mais esbranquiçada, com os bordos evoluindo para uma coloração mais avermelhada. Quando as condições ambientais são favoráveis, pode haver frutificação do fungo nos centros das lesões, que, neste momento, adquirem colocação acinzentada.
O fungo tem a capacidade de sobreviver nos restos culturais e também é transmitido pelas sementes.
Alguns dos sintomas típicos da doença podem ser observados nas fotos abaixo.
Brusone e clima
Como comentamos, esta doença é bastante afetada pelas condições climáticas, sendo que as condições favoráveis são temperaturas variando de 25 a 28oC e 10 a 14 horas de molhamento do tecido vegetal (folhas ou espigas, dependendo do estágio de desenvolvimento da lavoura). Nestas condições, o ciclo da doença é bastante rápido e lesões podem surgir cerca de 5 dias após a infecção.
Com isso, uma das principais maneiras de manejo da doença é a prevenção, com base no monitoramento das condições climáticas. Voltaremos a este assunto logo mais!
Manejo de brusone no trigo
Como discutido acima, P. grisea tem a capacidade de sobreviver em restos de cultura e pode ser transmitido pelas sementes. Desta forma, o manejo da doença começa pelo uso de sementes sadias, oriundas de produtores certificados. Outro ponto é a remoção e destruição dos restos culturais em locais de ocorrência da doença, já que partes vegetais podem servir de fonte de inóculo para novas infecções.
O tratamento de sementes, com produtos registrados para a cultura e o alvo, pode ser uma prática importante para proteger as plantas jovens no início do ciclo.
O controle químico, com uso de fungicidas registrados para a cultura e alvo biológico também é recomendado. O uso de misturas de ativos do grupo químico dos triazóis e estrobilurinas tem sido bastante eficaz, quando aplicado de forma correta, preventivamente, no momento do emborrachamento quando as condições climáticas são favoráveis à ocorrência da doença.
Além de todas estas práticas, o ideal é a prevenção. Vimos que a doença é bastante dependente do clima. Desta forma, é recomendado que se planeje a semeadura da lavoura, de modo a evitar que o período mais crítico para a doença, que corresponde ao emborrachamento e formação de espigas, coincida com as condições favoráveis a doença. O monitoramento climático também é fundamental para tomada de decisão sobre pulverizações.