Agricultura
Como controlar a brusone no trigo? | BASF
Um olho no manejo, outro no clima. É assim que o triticultor define a melhor estratégia para conter o avanço da brusone em suas lavouras. Causada pelo fungo Pyricularia grisea, essa doença representa um grande desafio para o produtor, pois é de difícil controle. Entre os motivos estão o fato de ser policíclica e sua ampla ocorrência nos trigais do país. Há estimativas de que se nada for feito possa provocar até 72,5% de danos ao peso das espigas, a depender da região tritícola e do período de infecção.
Quando infectados, os grãos não atingem seu tamanho ideal e peso específico, apresentam má formação e ficam enrugados. Dessa maneira, uma boa parte deles acaba sendo eliminada no processo de colheita ou no beneficiamento. Ou seja, a cadeia toda acaba sofrendo com perdas de produtividade e rentabilidade. Essa amplitude só aumenta a necessidade dos agricultores dobrarem a atenção com o manejo das lavouras, e com as características do clima.
O ambiente ideal para a propagação da brusone é composto por temperaturas entre 25°C e 28°C e por um período de 10 a 14 horas de molhamento do tecido vegetal – seja folha, seja espiga –, dependendo do estágio de desenvolvimento da lavoura. Neste cenário, o ciclo da doença acaba sendo muito rápido e podem aparecer lesões em cinco dias após a infecção. Portanto, a prevenção passa, necessariamente, pelo monitoramento climático.
Em relação ao manejo da lavoura propriamente dito, é extremamente importante levar em consideração que o patógeno da brusone tem capacidade de sobreviver nos restos de cultura. Onde houver ocorrência da doença, recomenda-se a rotação de cultivos, e que os restos culturais sejam removidos e destruídos, para evitar que sirva como fonte de inóculo.
Como o Pyricularia grisea também pode ser propagada por sementes contaminadas, cresce a relevância do cuidado na escolha das sementes para formação dos trigais, que devem ser obtidas de fornecedores certificados. Se forem tratadas com fungicidas, a proteção aumenta.
O uso do controle químico amplia a eficiência no manejo da doença. Entretanto, é fundamental que se utilize um fungicida devidamente registrado para a cultura e o alvo biológico. A combinação de diferentes princípios ativos contribui para ampliar o impacto do controle e evitar o aparecimento de resistência por parte do fungo. A definição da melhor estratégia deve ser feita com a orientação técnica de um profissional capacitado, que irá ajudar o produtor a escolher as soluções mais adequadas e desenvolver o cronograma de aplicações mais apropriado.