Agricultura

Boas práticas na produção de arroz: aumento da produtividade e qualidade de grãos | BASF

As boas práticas na produção de arroz aumentam à produtividade, reduzem a geração de poluentes e minimizam a lixiviação de nutrientes nas águas superficiais e subsuperficiais.

Renan Umburanas - Engenheiro Agrônomo.

As boas práticas na plantação de arroz (Oryza sativa L.) buscam aumentar a produtividade e a sustentabilidade da rizicultura.

Na última safra o Brasil foi o 9º maior produtor mundial de arroz. Foram produzidas 12 milhões de toneladas em 2 milhões de hectares, com produtividade média de 6,2 toneladas por hectare (FAOSTAT, 2019). A produtividade ainda pode aumentar no futuro, já que a produtividade potencial do arroz ultrapassa 10 toneladas por hectare. A maior parte da produção brasileira se concentra na região Sul, em especial no Rio Grande do Sul (Figura 1).

Figura 1. Distribuição da produção de arroz no Brasil (Conab, 2019).

Grande parte da produção se concentra em regiões de várzea subtropical na região Sul, e o restante em ambiente sequeiro e várzea sob clima tropical na região Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil.

O cultivo do arroz é associado a problemas ambientais, como erosão do solo, lixiviação de nutrientes e pesticidas. As boas práticas deste cultivo têm o propósito de mitigar esses problemas e aumentar a sustentabilidade do sistema de produção, práticas que também podem contribuir para o aumento da produtividade, para a sustentabilidade do uso do solo, e para maior eficiência de uso da água.

 

O lado prático

Para garantir uma boa produção de arroz, os produtores devem esforçar-se para proteger ainda mais o ambiente. Isso é necessário para que os produtos do agronegócio sejam comercializados no mercado globalizado, bem como a produtividade aumente e perdure no futuro.

O momento ideal de preparo do solo é quando estiver friável, sem excesso de umidade nem excessivamente seco, para minimizar erosão, desestruturação, pulverização, compactação e a presença de sedimentos em águas superficiais.

 

Escolha do cultivar e da semente

O uso de sementes certificadas é o primeiro passo para uma lavoura bem-sucedida. O uso dessas sementes evita a introdução de plantas daninhas como arroz vermelho e arroz preto, propicia uniformidade genética, vigor e germinação adequados.

É necessário escolher cultivar adaptado ao ambiente de produção e com resistência a doenças, pois o potencial produtivo é delimitado pelo cultivar. Uma das principais doenças desta cultura é a mancha-parda (Bipolaris oryzae), que pode ocorrer durante todo o ciclo, e as lesões causadas por essa doença podem resultar na quebra de grãos da colheita.

Estão disponíveis no mercado sementes de arroz certificadas com tolerância a herbicidas do grupo imidazolinonas (tecnologia Clearfield), que permitem o controle seletivo em áreas com alta incidência de arroz vermelho, que é uma das principais plantas invasoras desta cultura e pode alcançar prejuízos de 30% na produtividade.

 

Semeadura

O potencial de degradação das águas superficiais aumentam com o preparo da área inadequado. A semeadura pode ser realizada direta no campo, com a semente “seca” ou pré germinada, também podem ser semeadas em berçários e transplantadas na forma de mudas, condição de manejo menos usual no Brasil.

Evite cultivar na mesma área por mais de duas safras consecutivas, principalmente quando se usa a tecnologia Clearfield. Semear na mesma época em áreas/talhões adjacentes, quando houver, reduzirá a propagação de doenças de plantas mais velhas para plantas jovens.

De maneira simplificada, o arroz pode ser cultivado das seguintes formas:

- Cultivo aeróbico: mantido em solo não inundado e não saturado de água;
- Cultivo em ambiente misto: alternado em períodos de solo saturado e não saturado; e,
- Cultivo em solo saturado (anaeróbico): solo saturado de água ao longo do ciclo com lâmina de água sobre o solo.

Os sistemas de cultivo aeróbico e em ambiente misto se encaixam melhor no propósito de boas práticas agrícolas em virtude de usar a água com mais eficiência em relação ao cultivo do arroz em solo saturado (anaeróbico).

 

Manejo da água

As boas práticas agrícolas visam produzir mais grãos de arroz com menor consumo de água. Na rizicultura brasileira as principais fontes de água são as chuvas, rios, açudes, lagoas e barragens. Há uma grande demanda de volume de água, e a área deve ser planejada de modo que haja economia e reuso da água sempre que possível.

A evapotranspiração do arroz ao longo do ciclo é entre 400 a 700 mm, e são demandados de 1500 a 3000 mm para encharcar solos leves (arenosos) e 100 a 500 mm para encharcar solos pesados (Tuong and Bouman, 2003). No cultivo do arroz a perda de água no solo por percolação e infiltração varia de 25% a 85% do total aplicado, o que depende do tipo de solo e da distância do lençol freático subsuperficial (Hafeez et al. 2007).

Sempre busque o auxílio de um profissional engenheiro agrônomo habilitado, pois para o manejo eficiente da água é necessário a sistematização da área de cultivo, construir um canal de irrigação dimensionado para o tamanho do talhão, tipo de solo, topografia e drenagem da área, de modo que não ocorra erosão nos taludes. A drenagem da água de irrigação não pode ser direcionada para áreas de preservação permanentes.

 

Rotação de culturas

Na entressafra, mantenha solo com cobertura vegetal, com culturas de cobertura ou culturas de grãos e evite queimar a palha remanescente após a colheita do arroz.

Priorize sistema de rotação que controle efetivamente pragas invasoras prejudiciais, como o arroz vermelho (Oryza sativa), bem como de plantas daninhas que ocorrem na cultura, que pode ser feito pelo cultivo de espécies que utilizem herbicidas com grupos químicos diferentes daqueles utilizados no cultivo de arroz. O cultivo com forrageiras contribui para a incorporação de matéria orgânica, a reciclagem de nutrientes e proteção do solo contra erosão, mas subutilizam a infraestrutura de irrigação. Outros exemplos de culturas que podem ser utilizadas em rotação ou sucessão com o arroz são a cultura da soja ou cultura do feijão.

 

Práticas de colheita

A colheita deve ser realizada na umidade adequada (18 a 23%) para evitar a perda de qualidade ou quebra de grãos. Realize a colheita com o solo seco, isso reduz o consumo de combustível, melhora a eficiência do processo e reduz o desgaste das máquinas. Após a colheita evite atraso na debulha, limpeza e secagem e armazenamento dos grãos.

Mais informações podem ser obtidas no manual de boas práticas agrícolas, disponibilizado pelo Instituto Riograndense do Arroz.

Fonte Texto:

FAOSTAT, Production, Crops. Disponível em: http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC. Acesso em Out. 2019.

Conab. Série histórica. Disponível em: https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/serie-historica-das-safras?start=10. Acesso em Out. 2019.

Hafeez MM, et al. (2007) Scale effects on water use and water productivity in a rice-based irrigation system (UPRIIS) in the Philippines. Agric Water Manag 92:81–89

Mundstock, C. M. et al. Manual de boas práticas agrícolas. Guia para a sustentabilidade da lavoura de arroz irrigado do rio grande do sul. Porto Alegre: Instituto Rio Grandense do Arroz, 2011.

 

Fonte Imagem:

Rice

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