Agricultura

Afinal, o que é Manejo Integrado de Pragas?

O termo de Manejo Integrado de Pragas (MIP) está presente em muitas publicações de cultivos, mas afinal o que é isso?

Ana Paiva | ESALQ - USP

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Manejo Integrado de Pragas surgiu entre as décadas de 40 e 60, como uma resposta científica aos problemas gerados pelo uso inadequado de agroquímicos na agricultura, no período conhecido como “Período Negro do Controle de Pragas”.

O MIP possui várias definições, e consideramos bem representativa aquela apresentada pela National Academy of Science (1969): “Utilização de todas as técnicas disponíveis dentro de um programa unificado, de tal modo a manter a população de organismos nocivos abaixo do Nível de Dano Econômico e a minimizar os efeitos colaterais deletérios ao meio ambiente”.

Agora você deve estar pensando: Ótima definição, mas e a aplicação do MIP na minha propriedade ou na propriedade do meu cliente?

Para entende melhor, um passo de cada vez, são seis as principais táticas de controle disponíveis. Vamos falar brevemente sobre cada uma delas:

1.     Controle Químico: o nosso tão famigerado controle químico, a principal tática utilizada atualmente. Se fizermos uma busca, é muito comum encontrarmos mais “contras” do que “prós” em relação ao controle químico, mas devemos nos lembrar sempre que o uso dessa tática de forma correta nos traz muitos benefícios;

2.     Controle Biológico: Utilização de agentes de controle biológico, parasitoides, predadores e entomopatógenos para controle de pragas. O Controle Biológico vem ganhando espaço, e a sua utilização em conjunto com controle químico, através da utilização de produtos seletivos, é uma boa estratégia de Manejo Integrado;

3.     Controle Comportamental: é realizado através da interferência na comunicação inseto-inseto ou inseto-planta, por exemplo o uso de armadilhas com feromônio sexual.

4.     Resistência de Plantas: São aquelas plantas que possuem características que influenciam no grau do dano causado pela praga, ou seja, plantas que toleram certos níveis de infestação sem perdas significativas na produtividade;

5.     Organismos Geneticamente Modificados: são plantas que tiveram a constituição genética manipulada através da mudança na estrutura ou da introdução de algum material com o intuito de favorecer uma característica desejada, como por exemplo maior tolerância à determinada praga ou a produção de proteínas entomopatogênicas, à exemplo do Bt.

6.     Controle Cultural: consiste na modificação do ambiente para torná-lo desfavorável à praga ou expô-la a outros métodos de controle. Isso acontece através do preparo do solo, revolvimento, destruição de restos culturais, entre outras medidas.

Mas é preciso lembrar que uma premissa do MIP é que a tomada de decisão, para a utilização dessas táticas, deve levar em conta alguns fatores, como:

1.     Taxonomia: é de extrema importância a identificação correta da praga para o controle eficiente;

2.     Amostragem: é necessário saber se a praga está no campo, e em qual quantidade;

3.     Níveis de controle: mesmo que a praga esteja presente é realmente necessário controlá-la? Ela está causando perdas significativas?

4.     Condições ambientais: as condições atuais são favoráveis ou desfavoráveis para a praga? E para as táticas de controle que pretendo utilizar?

5.     Mortalidade natural no ecossistema: é sempre importante lembrar que os inimigos naturais estão no agro ecossistema, e são de extrema importância no controle de pragas.

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