Agricultura
Controles biológico e químico na cana-de-açucar | BASF
No Brasil o controle biológico na lavoura da cana-de-açucar vem ganhando cada vez mais espaço. Mas, será que o produto fitossanitário que eu aplico não mata o inseto que eu estou liberando?
Ana Clara Ribeiro de Paula - Engenheiroa Agrônoma
Primeiramente, vamos entender o controle biológico na plantação da cana-de-açucar que é dividido em microrganismos e macro-organismos. Os primeiros são, em sua maioria, organismos microscópicos e consistem em espécies entomopatogênicas; ou seja, que são capazes de causar doenças em insetos (fungos, bactérias e vírus). Já os macro-organismos, podem ser enxergados a olho nu (mas não se engane, eles também podem ser muito pequenos) e são os predadores e parasitoides dos insetos-praga (insetos, ácaros e animais).
No caso da cana-de-açúcar, comercialmente falando, como exemplos de macro-organismos, temos duas vespinhas parasitoides para o manejo da broca-da-cana, Diatraea saccharalis. A primeira, e mais utilizada, Cotesia flavipes (foto), parasita a fase larval da praga. Por sua vez, Trichogramma galloi parasita o ovo da praga. O uso associado desses dois parasitoides tem trazido resultados satisfatórios aos produtores.
Já como exemplo de microrganismo entomopatogênico utilizado no controle de pragas da cana-de-açúcar destaca-se o fungo Metarhizium anisopliae para o controle da cigarrinha-da-raíz Mahanarva fimbriolata. Além desse, outro fungo é utilizado no controle da broca-da-cana, Beauveria bassiana.
Controle químico é aliado no manejo de pragas na plantação da cana-de-açucar
Porém, também temos um grande aliado no manejo de insetos pragas e doenças na platanção de cana-de-açucar: o controle químico, que consiste, principalmente, na aplicação de inseticidas, fungicidas e herbicidas sintéticos para controle de agentes indesejados na cultura. Mas se o inseticida controla insetos e os fungicidas fungos, é possível a utilização desses dois métodos de controle (químico x biológico)?
A resposta é sim, graças aos estudos de seletividade. Esses estudos consistem em encontrar um produto que, controlando a praga, cause o menor impacto possível no agente de controle biológico. Lembrando que isso vale para os macro e microrganismos.
Esse efeito diferenciado em organismos que pertencem ao mesmo grupo se dá devido às diferenças fisiológicas entre as espécies. Além disso, existe a possibilidade de manejar os momentos de aplicação de acordo com as características ecológicas da praga e do agente de controle biológico.
É importante ressaltar que, além desses agentes que são comercializados, existem também aqueles que ocorrem no agro ecossistema naturalmente, o que chamamos de controle biológico conservativo. E esses 'quase invisíveis' integrantes da nossa lavoura fazem grande diferença no controle das tão temidas pragas.
Por isso, lembre-se sempre de certificar com o seu consultor técnico ou agrônomo se o produto que você tem é seletivo e garanta um manejo mais eficiente e sustentável na lavoura de cana-de-açucar.