Agricultura

Manejo estratégico de pragas e doenças na cultura do Algodão

A aplicação de tecnologias no momento certo e na medida exata é fundamental para controlar pragas e doenças que afetam a produtividade do algodão.

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A cultura do algodão é uma das mais desafiadoras do ponto de vista do controle sanitário. Por outro lado, é um dos segmentos que mais evolui em profissionalização da gestão, adoção de inovações tecnológicas e disponibilidade de ferramentas para a implementação um manejo estratégico e eficiente.

 

A aplicação dessas tecnologias no momento certo e na medida exata é fundamental para controlar problemas, sobretudo a presença de pragas e doenças, que agem das mais diferentes formas e podem atacar todas as partes das plantas e em todos os estádios de desenvolvimento.

 

A primeira regra do manejo eficiente é conhecer bem seus inimigos, monitorar sua presença e identificar o grau de infestação. Marcus Rodrigo Lawder, gerente de Marketing das sementes de algodão Fibermax da BASF, explica ser necessário utilizar diferentes estratégias de proteção das lavouras de algodão, pois há características específicas e diferentes estágio de desenvolvimento nas regiões produtoras.

“Podemos dividir a produção nacional de algodão em dois clusters principais. Um deles é representado por Mato Grosso e o outro envolve Bahia, São Paulo e Minas Gerais. Em São Paulo, por exemplo, o ciclo já está mais adiantado. Em Mato Grosso, há um certo atraso, até por causa do atraso da soja” 

Marcus Rodrigo Lawder

A praga mais relevante para a cultura continua a ser o Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), encontrado em todas as regiões produtoras. O inseto se multiplica muito rapidamente e tem elevado potencial de destruição.

 

“Em algumas áreas, são necessárias até 20 aplicações de inseticida para contê-lo, tamanho o nível de infestação”, diz Lawder.

 

Os sinais da ação do bicudo começam a aparecer nos botões florais, que se abrem antes do tempo e logo caem. Suas larvas surgem no interior das maçãs, destruindo fibras e sementes. 

Conheça as principais  medidas que devem ser tomadas para o controlar o Bicudo-do-algodoeiro.

Este é um momento importante para o monitoramento dos ácaros, do pulgão (Aphis gossypii) e da mosca-branca, segundo Lawder.

 

  • Os ácaros têm as folhas como alvo e, de maneira geral, provocam a necrose dos tecidos foliares e reduzem a capacidade fotossintética das plantas.
 
  • Os pulgões sugam a seiva de folhas e brotos novos do algodão, prejudicando seu desenvolvimento e a produtividade. Além disso, excretam uma substância açucarada (mela) que atrai formigas e fungos do gênero Capnodium e podem transmitir viroses (vermelhão e mosaico-das-nervuras).
 
  • A mosca-branca (Bemisia tabaci e Bemisia tabaci biótipo B), que sai de uma cultura e entra na outra, age de forma parecida, atacando as folhas e deixando uma secreção que prejudica a fibra. 

 

Segundo o gerente da BASF, essa secreção pode gerar sérios problemas lá na frente, na indústria têxtil, quando a fibra estiver sendo processada, a ponto de interromper uma linha de produção.

 

Uma das soluções da empresa para evitar o impacto de pragas como os pulgões é o inseticida Fastac® Duo, composto por noenicotinóide e piretróide e indicado para aplicação nas fases finais da cultura. 

“O Fastac® Duo controla os pulgões, de forma e evitar danos na fibra, e impede o surgimento do fungo fumagina, que pode atacar as plumas” 

Luiz Fernando Talheiros Straioto

Gerente de Cultivos Algodão e Feijão da BASF

Luiz acrescenta que para a safra 2022, teremos o lançamento de um novo inseticida de alta performance para o controle.

 

Os cotonicultores ainda precisam estar bastante atentos ao complexo de lagartas, insetos vorazes e famintos que devoram as lavouras rapidamente. Entre as mais preocupantes estão a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), a helicoverpa (Helicoverpa armígera) e a curuquerê-do-algodoeiro, que é a lagarta da mariposa Alabama arilacea. “A curuquerê andava sumida, mas tem reaparecido nas lavouras”, afirma Lawder.

 

Uma das soluções da BASF para o controle dessas pragas é a tecnologia GLTP – GlyTol LibertyLink TwinLink Plus. Ela combina genes de TwinLink (Cry1Ab e Cry2Ae) com o gene Vip3A para ampliar a proteção contra as lagartas mais difíceis de serem controladas no algodão, tudo isso encontrado nas sementes de algodão premium da BASF.

 

Entre as doenças, Lawder chama a atenção para a mancha-de-ramulária, causada pelo fungo Ramularia areola Atk, também conhecida como falso míldio, falso oídio ou mancha branca. Ela ataca as folhas do algodoeiro, matando os tecidos e levando à desfolha.

 

O cenário é bastante semelhante no caso da mancha alvo, cujo patógeno é o fungo Corynespora cassiicola. “Agora tem aparecido bastante a mancha-de-alternária”, diz Lawder, sobre a doença causada por fungos do gênero Alternaria spp. (A. macrospora, A. alternata).

 

O gerente destaca dois lançamentos da BASF, variedades de algodão resistentes à ramulária. “Uma delas é a FM 978GLTP RM (resistência múltipla), resistente à ramulária 1. A outra, mais completa, é a FM 970GLTP RM, com resistência à ramulária 1 e 2”, afirma.

 

Segundo Lawder, a combinação do portfólio de defensivos com as novas variedades aumenta a flexibilidade para os clientes, que podem movimentar o timing de aplicação. “Essa união de Crop e sementes é muito importante, pois não se pode proteger a lavoura apenas com a resistência das sementes em cada variedade.

 

É necessário o uso racional de produtos químicos, por meio do manejo integrado de pragas (MIP), para garantir melhor efetividade e estabelecer o manejo mais adequado com maior produtividade”, explica Lawder. “É assim que os produtores conseguirão aproveitar ao máximo o potencial genético das variedades escolhidas.”

 

Caso a lavoura não tenha sido cultivada com variedades FiberMax®, o produtor ainda pode contar com outras soluções tecnológicas a BASF para proteger as plantas das doenças fúngicas.

 

É o caso do Orkestra® SC, um dos fungicidas mais seletivos para aplicação nas lavouras de algodão e excelente para o controle da ramulária, como explica Straioto. “Segundo informações da Embrapa, é o melhor fungicida para o controle de ramulária. Além disso, as lavouras tratadas com o Orkestra® SC apresentam maior produtividade ao final da colheita. É uma ótima combinação de controle e produtividade”, diz o gerente.

 

A aplicação de defensivos agrícolas é uma das principais e mais eficientes medidas para combater essas e outras pragas e doenças. Mas para que se obtenha os resultados esperados, é preciso escolher as soluções mais apropriadas – inclusive para a planilha de custos da fazenda –, o que depende de uma série de fatores.

 

É importante que o produtor conte com a assessoria técnica profissional e respeite todas as indicações dos fabricantes. Vale lembrar que a BASF dispõe de equipes altamente capacitadas para auxiliar o cotonicultor na definição da melhor estratégia sanitária. A empresa também apresenta um portfólio completo de soluções para proteger as lavouras de algodão do início ao final do ciclo de produção. 

 

A eficiência desse manejo contribui para que 80% da área destinada à cotonicultura no País seja certificada pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), uma iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) baseada nos pilares social, ambiental e econômico.

 

A certificação ABR traz ainda a opção de o produtor obter a licença de comercialização BCI (Better Cotton Iniative), com registro da produção no sistema BCT (Better Cotton Tracer), reconhecido internacionalmente. Essa junção de sustentabilidade e rastreabilidade favorece toda a cadeia produtiva do algodão, desde as fazendas até o consumidor final. 

 

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