Agricultura

Rotação de culturas no manejo de plantas daninhas

O manejo de plantas daninhas é diferente do controle de plantas daninhas. Saiba mais.

Leticia Tambolin | ESALQ - USP

O manejo de plantas daninhas é diferente do controle de plantas daninhas. O controle diz respeito ao método a ser utilizado, e deve ser integrado com outros métodos para um manejo integrado eficiente.

O manejo é a maneira mais econômica e eficiente de combater plantas invasoras, visto que utiliza outros meios, além do químico, para diminuir a infestação nas lavouras. Assim, diminui-se a chance de as plantas daninhas criarem resistência aos herbicidas, e também a quantidade de herbicidas aplicados. Os métodos mais utilizados no manejo integrado são os preventivos, culturais, mecanizados, práticas fitotécnicas, biológicos e químicos.

A rotação de culturas é um método cultural. Tal prática altera o ambiente de monocultivo, consequentemente alterando os herbicidas utilizados e os mecanismos de ação. Além disso, mantendo a área sempre coberta, há uma menor infestação de plantas daninhas. O ponto chave do manejo de plantas daninhas em rotação de culturas é a semeadura direta sobre a palhada da cultura anterior. Isso porque o não revolvimento do solo faz com que as sementes de plantas daninhas fiquem em uma profundidade que não permitem que elas germinem.

A cobertura morta sobre o solo exerce papel importante no controle das plantas daninhas: tem efeito físico, biológico e químico. Exemplificando o efeito físico que a cobertura morta tem: a redução na germinação de plantas daninhas fotoblásticas positivas (aquelas que necessitam de radiação solar direta para germinar), das que necessitam de certo comprimento de onda e das sementes que necessitam de grande amplitude térmica para germinar, redução da sobrevivência de plantas que não conseguem atravessar a palhada até ter acesso à luz.

O efeito biológico dessa camada de palha se dá pela ação de microrganismos que podem utilizar sementes e plântulas de plantas daninhas como fonte de energia e matéria. Já o efeito químico se dá pelo fenômeno da alelopatia, onde substâncias alelopáticas são liberadas durante a decomposição dessa cobertura morta, dificultando ou impedindo o desenvolvimento das plantas daninhas.

Em relação ao controle químico, a rotação de culturas é importante, pois devido à necessidade de uso de diferentes herbicidas de diferentes mecanismos de ação para cada cultura, a pressão de seleção de plantas daninhas resistentes é menor, evitando que alguma espécie se torne resistente a algum herbicida ou a algum mecanismo de ação.

Essas são algumas das vantagens do sistema de rotação de culturas no manejo de plantas daninhas, mas vale ressaltar que tal método deve ser aliado a outros para se obter sucesso no controle da comunidade infestante, assim diminuindo a quantidade de produtos químicos utilizados (menor gasto), causando menor impacto ambiental e maior conservação do solo.

 

Fonte Texto:

CORREIA, NÚBIA MARIA; REZENDE, PM de. Manejo integrado de plantas daninhas na cultura da soja. Lavras: Editora UFLA, 2002.

PITELLI, Robinson Antonio; DURIGAN, Julio Cezar; ROSSELLO, R. D. Ecologia das plantas daninhas no sistema de plantio direto. ROSSELLO, RD Siembra directa en el cono sur. Montevideo: PROCISUR, p. 203-210, 2001.

 

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