Agricultura
Quais as principais doenças da videira? | BASF
Na cultura da uva, os maiores danos são provocados por doenças fúngicas, que se desenvolvem em ambientes úmidos e quentes ou secos e com temperaturas amenas. Essas condições são, infelizmente, encontradas nas principais regiões produtoras do Brasil, situadas na região sul do país.
Sendo assim, para garantir uma safra satisfatória, com frutas de qualidade e de alta produtividade, é essencial que o produtor conheça como se comportam as principais doenças da cultura e quais as formas de prevenção para que elas não ocorram e, se necessário, controlá-las.
Veja, na sequência, as principais doenças da videira.
Míldio
O míldio, doença causada pelo fungo Plasmopara viticola, é uma das doenças de maior impacto na cultura da uva. Sua importância se dá, principalmente, pela sua capacidade de atacar todos os órgãos vegetativos e reprodutivos da videira.
O míldio se desenvolve muito bem em temperaturas entre 18º C a 25º C e em locais com presença de água por, ao menos, duas horas.
Sintomas
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o míldio da videira pode ser notado por meio de manchas amareladas na parte superior das folhas. Já na parte inferior, caso a doença se desenvolva, é possível notar uma eflorescência branca-cotonosa.
O míldio também pode ser visto na superfície das bagas e nos ramos que, quando contaminados, apresentam uma coloração mais escura.
Controle
Segundo a Embrapa, a melhor forma de controlar o míldio é preventivamente, com a aplicação de fungicidas sistêmicos e de produtos à base de cobre já na fase de brotação.
Além disso, é possível aerar o parreiral e cobri-lo com plástico, para deixar a cultura menos exposta à doença. Fazer limpeza do ambiente, com a retirada de restos de culturas, também é uma ótima opção para eliminar materiais contaminados.
Nesse contexto, evitar estabelecer videiras no fundo de vales e efetuar podas verdes também são alternativas de controle.
Leia mais: Fatores que afetam o desenvolvimento do míldio da videira e como manejar
Oídio
Causada pelo fungo Uncinula necator, oídio é também uma das principais doenças da videira, podendo ocasionar perdas significativas de produtividade e qualidade das uvas. No seu caso, se desenvolve em ambientes quentes e de clima seco e poucas chuvas.
Sintomas
O fungo causador de oídio se caracteriza pela colocação branca, que representa as estruturas do patógeno. Seu desenvolvimento ocorre na parte inferior das folhas da videira, uma vez que o fungo é sensível à luz solar.
A doença apresenta como sintomas as folhas retorcidas e murchas e os ramos com manchas amarronzadas. Já nos frutos jovens, é possível notar oídio por meio do crescimento branco na superfície da baga.
Controle
No caso do oídio, é preciso uma série de técnicas para o manejo da doença. Entre as ações de controle, são listadas a aplicação de fungicidas à base de enxofre e outros ingredientes ativos recomendados para o manejo de controle – como a piraclostrobina e boscalid, e, atualmente, a entrada do biofungicida Duravel® –, a eliminação dos restos culturais no parreiral e a retirada do córtex na fase de repouso.
“Na aplicação de enxofre, é importante observar que este produto não deve ser aplicado quando a temperatura do ar for superior a 30°C, devido a sua ação fitotóxica e, nem aplicado quando a temperatura é inferior a 18°C, pois a sua eficácia é reduzida”, aponta a Embrapa.
Leia mais: Tratamento do oídio da videira: uma proposta estratégica numa perspetiva 360º
Ferrugem
Causada pelo fungo Phakopsora euvitis Y. Ono, a ferrugem da videira pode ser uma doença extremamente destrutiva às videiras, quando não controlada rapidamente e em condições ambientais ideais para o seu desenvolvimento — que são as temperaturas na média dos 24ºC e a alta umidade.
Sintomas
Seus sintomas são notados a partir de pústulas de cor amarela na parte inferior das folhas da uva. Já na parte superior, é possível verificar a queima da área afetada. Em estágio mais avançado, a doença é notada por meio de teliósporos com cor marrom escura.
Sob ataque intenso, há queda prematura das folhas, o que ocasiona na diminuição da capacidade sintética e na má formação dos frutos, o que compromete diretamente a produtividade da uva. Além disso, as bagas das uvas infectadas ficam murchas e sem cor.
Controle
Para controlar a ferrugem, é indicado que os produtores façam uso de cultivares resistentes ao patógeno causador da doença. Além disso, adotar um sistema de irrigação por aspersão, estabelecer quebra-ventos, usar mudas certificadas, fazer o monitoramento do parreiral, eliminar restos culturais por poda e aplicar os fungicidas adequados, também são técnicas de controle preventivo da doença.
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Antracnose
A antracnose é causada pelo fungo Elsinoe ampelina que se desenvolve melhor no primeiro semestre do ano, em períodos chuvosos. A doença pode ser vista em toda parte aérea da videira.
Sintomas
De acordo com a Embrapa, a antracnose forma pequenas manchas irregulares e arredondadas, no limbo foliar, que, com o avanço da doença pode levar a necrose da planta.
“As bagas, quando infectadas, apresentam manchas circulares necróticas deprimidas, de cor cinza-escuro, não centralizadas e com halo avermelhado. Este sintoma assemelha-se a um olho, sendo, portanto, conhecida como “olho de passarinho”. Pode ocorrer em frutos verdes ou maduros.”
Controle
O tratamento da antracnose é feito por meio de aplicações de fungicidas. Porém, aliado a isso, é fundamental fazer a limpeza de todas as partes da planta infectadas e a queima dos restos culturais contaminados.
“É recomendado, ainda, a poda verde para controlar o crescimento vegetativo das plantas de modo a não permitir super-adensamento da copa. O controle químico deve ser concentrado após a poda seca e antes da abertura das gemas”, pontua a Embrapa.
Saiba mais
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