Agricultura

Cigarrinha do milho: o que é, quais os danos e como controlar? | BASF

Dalbulus maidis, este é o nome científico da cigarrinha do milho, inseto que não chega a medir 5 mm de comprimento quando adulto, mas é capaz de causar estragos de grandes dimensões nas lavouras de milho. Não por acaso, é considerada uma das principais pragas da cultura, até porque representa um perigo triplo. A cigarrinha é o vetor de três importantes doenças dos milharais: enfezamento pálido, enfezamento vermelho e risca do milho (ou raiado fino). 

Os causadores dos enfezamentos são bactérias da classe Mollicutes – o patógeno do pálido é o Spiroplasma kunkelii Whitcomb (Corn Stunt Spyroplasma) e o do vermelho é o Maize bushy stunt phytoplasma. O primeiro causa estrias cloróticas (esbranquiçadas) delimitadas, começando na base das folhas, reduz a altura das plantas, encurta os entrenós, gera brotos nas axilas foliares e deixa uma cor avermelhada nas folhas. Ainda pode ocorrer enfraquecimento dos colmos e proliferação de espigas. Já o segundo torna as folhas amareladas e/ou avermelhadas, a partir das bordas, e provoca perfilhamento e proliferação de espigas por planta. Ou seja, em ambos os casos há prejuízo para a produtividade. 

A risca do milho é causada pelo Maize rayado fino virus (MRFV), pertencente ao gênero Marafivirus, família Tymoviridae. Como sintoma, forma pequenos pontos cloróticos nas folhas que podem se aglutinar com o avanço da doença, formando linhas ao longo das nervuras. A infecção precoce do milharal pode provocar redução de crescimento e abortamento das gemas florais. Aqui a produtividade também será prejudicada. É comum a risca do milho surgir quando existe a ocorrência dos enfezamentos, mas ainda não há uma confirmação dessa correlação entre as doenças. 

E onde é que entra a cigarrinha nessa história? O inseto é o transmissor das três doenças. Ao se alimentar da seiva da planta infectada, pode se contaminar com os patógenos e passar a espalhar o problema entre as plantas sadias. O quadro é bastante sério, pois a cigarrinha pode reter esses patógenos por um longo período. Conhecer o inseto e seu comportamento é essencial para frear sua ação e a proliferação das doenças. A cigarrinha tem coloração palha com manchas negras no abdômen e duas manchas negras na cabeça, que se parecem com dois olhos escuros. 

O ciclo de vida do inseto, desde a fase de ovo até a adulta, dura cerca de 45 dias. Mas pode se completar em até 24 dias se as condições forem favoráveis, com temperatura entre 26°C e 32°C. Quando adulta ou ninfa, a cigarrinha vive em colônias no cartucho e nas folhas jovens do milho, e é nesse período que suga a seiva das plantas. A fêmea adulta é capaz de depositar cerca de 14 ovos por dia, passando da marca de 600 ovos postos durante todo seu ciclo. Dessa forma, no ciclo do milho, que leva em torno de 180 dias, pode haver diferentes gerações do inseto. 

O controle da cigarrinha depende de uma combinação de estratégias e ações, por isso o Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma opção ideal. O produtor pode associar os manejos cultural, químico e biológico, e sempre levar em consideração que as medidas preventivas são a melhor escolha. O controle será mais difícil e oneroso se ficar restrito ao combate, e não há processo curativo para essas doenças. No planejamento do plantio, aproveite as épocas mais adequadas, eliminação de plantas voluntárias na entre safra,  e evite tanto fazê-lo de forma consecutiva (repetição da mesma variedade por ciclos sucessivos) quanto a sobreposição de ciclos da cultura. Prefira híbridos com maior tolerância ao problema, opte por sementes tratadas e realize o monitoramento e complementando o controle da praga após a emergência das plantas. E cuide bem de sua lavoura, fazendo o monitoramento frequente. 

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