Agricultura
Como preparar o solo para iniciar a plantação de macieiras? | BASF
O preparo do solo para iniciar uma plantação de maçãs é diferente de outras culturas, em especial as de grãos, como soja e milho por exemplo. Isso porque o cultivo da fruta é complexo e exige uma série de técnicas que começam antes mesmo do plantio.
Para definir quais técnicas utilizar é preciso fazer uma análise de solo que deve ocorrer, preferencialmente, com o auxílio de um técnico ou engenheiro agrônomo de confiança do produtor.
Com os resultados da análise de solo da área, iniciam-se as técnicas de preparo de solo para o início de plantio dos enxertos das macieiras.
De acordo com o diretor técnico e de qualidade da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), Ivanir Leopoldo Dalanhol, o preparo do ambiente antes do plantio de macieiras é padrão. “Porém, vai depender da região, por exemplo, já que existem algumas com solo mais ácido do que outras, por exemplo.”
Por isso, confira, a seguir, quais são os procedimentos padrões necessários para preparar o solo antes do plantio de maçãs.
Análise do solo
Antes de qualquer passo, é preciso realizar uma análise do solo que receberá os enxertos de macieira. Só assim será possível saber o que a terra precisa, seja de nutrientes, seja de correções, para desenvolver bons frutos.
A coleta de amostras de solo deve ser feita em dois momentos: um a partir de 20 centímetros de profundidade e outro com 40 centímetros ou mais.
É com os resultados das análises que o produtor começa a fazer as correções que o solo necessita.
Correção do pH do solo
Como o cultivo de macieiras se concentra na região sul do Brasil, as correções de solo necessárias, normalmente, são as mesmas, variando apenas na quantidade das aplicações de produtos.
Exemplo disso é a aplicação de boro. Como aponta Dalanhol, o produtor usa, em média, de 30 a 50 quilos do micronutriente por hectare. Porém, “precisa sempre fazer a análise de solo e observar o que que a terra está pedindo, mesmo que esta seja uma quantidade padrão na produção de maçãs”.
Conforme o diretor da ABPM, o processo de correção de solo é simples e comum a todos os produtores. Além de corrigir o pH do solo, o produtor precisa ajustar o Potássio (K), o Fósforo (P) e o Boro (B). Já o Nitrogênio (N) é um caso à parte, que deve ser utilizado depois do plantio. Isso porque é um produto que penetra bem no solo e, se aplicado muito cedo, acaba se perdendo.
Conforme um manual sobre a cultura da maçã, produzido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é necessária a aplicação da metade da dose recomendada de calcário já no preparo do solo.
Revolvimento do solo
Hoje a maior parte da produção de maçã no Brasil está situada na região Sul, com destaque para Vacaria, no Rio Grande do Sul, Fraiburgo e São Joaquim, em Santa Catarina, e Palmas, no Paraná — todas regiões com regiões de campo de altitude predominantes.
Essas áreas são geralmente mais ácidas do que as regiões mais baixas. Por isso, precisam de uma quantidade maior de corretivos. Neste caso, o preparo de solo com a máquina se torna um diferencial.
Segundo a Embrapa, é preciso fazer ainda:
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Limpeza do terreno para retirada de pedras, restos de raízes, tocos etc.
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Uma primeira lavração a 40 cm de profundidade.
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Gradagem, se necessário.
A aplicação do calcário e outros corretivos pode ser feita mais de uma vez antes da colocação dos porta enxertos. Por isso, é possível, se necessário, fazer uma gradagem para a uma segunda aplicação e, ainda, antes do plantio, se necessário para o destorroamento do solo.
Principais maquinários utilizados na produção de macieiras
Entre os produtores de maçãs, é bastante comum no preparo dos solos o uso de três maquinários.
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Arado subsolador pé de pato: descompacta camadas mais densas e grandes de terra. Assim, quando utilizado, revolve o solo, expondo seu subsolo à ação do sol. Seu uso contribui para a infiltração de água na área que será cultivada e reduz as chances de erosão.
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Grade aradora: ela também tem a função de revolver o solo compactado para facilitar a chegada de água no local. Quando utilizada acaba sendo uma ótima aliada do produtor no combate das plantas daninhas, uma vez que ao passar pelo campo vai removendo todas as plantas, assim como o pasto existente no local.
- Retroescavadeira: uma opção bastante comum aos produtores da região de São Joaquim. Nesse caso, espalham-se os produtos e vira-se a terra. Assim, o solo fica bem misturado, o que contribui para a formação de um substrato de qualidade.