Agricultura

Quais são as pragas que mais atacam as macieiras? | BASF

Hoje, existem inúmeras técnicas e produtos no mercado capazes de proteger um pomar de macieiras das principais doenças e pragas da cultura. Porém, essa proteção só acontece se houver um constante monitoramento dos pomares e ocorrer a aplicação correta dos produtos fitossanitários. 

As ações devem ocorrer durante todos os estágios do cultivo das maçãs, seja durante o preparo do solo, seja no período de desenvolvimento das macieiras. Caso não sejam feitas, as chances de perdas no campo são altas, podendo ocasionar danos severos no pomar. 

Por isso, entender como se comportam as principais pragas que afetam a maçã e como combatê-las ou, se necessário, controlá-las, é fundamental aos produtores da cultura. 

Continue a leitura e saiba como proteger o pomar de macieiras para obter boas produtividades na colheita. Confira, a seguir, as principais pragas que afetam as maçãs.

Grafolita

A grafolita (Grapholita molesta), também conhecida como mariposa-oriental, é uma das pragas com maior impacto em pomares menores e que possuem ao seu redor outras frutíferas, como pessegueiros e ameixeiras. 

Quando jovem, a grafolita apresenta-se em forma de lagarta, tendo o corpo rosado e a cabeça escura. Essas lagartas atacam os frutos e ponteiros das macieiras, principalmente, no período de brotação. Já quando adultas, tornam-se pequenas mariposas que chegam a medir entre 5,5 mm e 7,0 mm de comprimento. 

De acordo com um manual produzido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o ataque da grafolita nos frutos das macieiras acontece próximo ao cálice ou ao pedúnculo, onde a larva penetra e, então, destrói a polpa junto à região carpelar. 

O seu ataque pode ser notado quando os frutos começam a apresentar pequenos buracos, que formam galerias na parte interior da maçã. Além disso, os frutos também apresentam uma "serragem", que se forma a partir da migração da lagarta e a liberação de seus excrementos.

Como monitorar a grafolita

O monitoramento desse inseto-praga é feito por meio de armadilhas, que precisam ser fixadas a cerca de 1,5 m do chão e distribuídas no meio e nas extremidades do pomar. Essas armadilhas devem ser do tipo delta, possuir feromônios sexuais sintéticos e apresentar uma superfície colante em seu interior. 

A quantidade necessária delas em uma área é proporcional ao tamanho do pomar em questão, sendo ideal a colocação de uma a cada 5 hectares. Em plantações pequenas, o produtor pode instalar duas armadilhas em todo o espaço. 

Essa instalação deve ocorrer ainda antes da fase de brotação da maçã, que é quando as macieiras são mais vulneráveis à grafolita. Assim, as chances de sucesso no combate à praga são maiores.  

Após instaladas, as armadilhas precisam ser verificadas pelo menos duas vezes na semana. O tratamento químico contra a grafolita, que inclui a pulverização de inseticidas, deve ser iniciado imediatamente quando encontradas mais de 15 mariposas por armadilha em uma única semana.

Lagarta-enroladeira

A lagarta-enroladeira (Bonagota salubricola) é outra espécie de praga da macieira que afeta a cultura em todo seu desenvolvimento, desde a frutificação até a colheita. Na fase de lagarta, apresenta cor amarela-clara e quando adulta, se torna uma mariposa de cor cinza-claro, com cerca de 1,5 cm de envergadura.

Segundo a Embrapa, trata-se de uma praga que ataca plantas cultivadas e silvestres. Nas macieiras, se alojam na parte inferior das folhas para se alimentar, local de onde constroem um túnel até a nervura principal.

“Com o desenvolvimento, as lagartas constroem abrigos juntando folhas, fixando-as às frutas e/ou abrigando-se nas cachopas, na região do cálice ou do pedúnculo. Também é comum a lagarta efetuar um corte parcial do pecíolo. Com isso, a folha fica presa na planta, seca e enrola-se, formando um cartucho que serve de abrigo para o inseto”, explica a Embrapa.

Monitoramento da lagarta-enroladeira

Assim como a grafolita, o monitoramento da presença da lagarta-enroladeira nos pomares é feito com a utilização de feromônios sexuais sintéticos em armadilhas do tipo delta. 

Para cada 5 hectares, é indicado a instalação de uma armadilha, que deve ser fixada a 1,8 metro de altura. A sua verificação também  precisa ocorrer ao menos duas vezes por semana. 

Seu controle deve ser iniciado quando for notado mais de 20 machos por armadilha em uma única semana. O tratamento químico ocorre por meio de pulverizações de cobertura, nas quais deve-se optar por produtos seletivos.

Mosca-das-frutas

A mosca-das-frutas (Anastrepha fraterculus) é um importante inseto-praga da cultura da maçã, podendo ocasionar perdas em toda a plantação, caso encontre condições ideais de desenvolvimento e não seja controlada adequadamente. 

Tamanha importância se dá porque, além dos danos aos frutos, a mosca-das-frutas promove o aumento nos custos de produção do pomar. Isso porque sua presença causa sérias perdas na produção e exige mais aplicações de inseticidas. 

Nas maçãs, a sua ação ocorre de duas formas: danos mecânicos pela deposição de ovos sobre as frutas, causando deformação dos frutos e pelo desenvolvimento das larvas dentro dos frutos, provocando apodrecimento e perda do fruto para o consumo.

Conforme a Embrapa, os adultos dessa praga possuem uma coloração amarelo-castanho e asas com faixas alares. Seus ovos são longos e esbranquiçados.

Controle da mosca-das-frutas

Diferente da grafolita e da bonagota, o controle da mosca-das-frutas deve ser feito por meio de iscas tóxicas (atrativo alimentar mais inseticida). Isso contribui para a redução dos adultos da praga e evita a oviposição nos frutos. 

“Pulverizações em cobertura com inseticidas matam as larvas no interior dos frutos, evitando a formação de galerias. É fundamental observar as exigências do mercado quanto ao resíduo de agrotóxicos na fruta no momento da colheita”, pontua a Embrapa.

Aplicação de inseticidas: qual utilizar e em que quantidade?

Para a correta aplicação de inseticidas, o produtor deve consultar o seu técnico ou engenheiro agrônomo de confiança. Afinal, só a partir de uma análise detalhada da situação que será possível definir a melhor técnica de controle e o produto a ser utilizado.

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