Agricultura

Inseticidas Reguladores de Crescimento no manejo da broca-da-cana-de-açúcar | BASF

Você sabe o que são os Inseticidas Reguladores de Crescimento (IRC) e como eles agem nos insetos? Leia mais.

Juliana Rodrigues - ESALQ / USP

Como o nome mesmo diz, os Inseticidas Reguladores de Crescimento (IRC) agem no controle do desenvolvimento dos insetos; mas, como os insetos crescem?

Desde que somos crianças, aprendemos que as borboletas passam por diferentes fases de desenvolvimento: ovo, larva, pupa e, então, ocorre a metamorfose para chegar à fase adulta. Mas não é tão simples assim, pois além disso, as lagartas também têm seus estádios de desenvolvimento, passando por diferentes ínstares e, entre eles, ocorrem as mudas. Esses dois processos (metamorfose e muda), assim como o crescimento do inseto, são controlados por hormônios.

É aí que os inseticidas entram, agindo como agonistas (provocando o mesmo efeito) ou antagonistas (impedindo a atuação) dos hormônios de crescimento dos insetos. Vamos a alguns exemplos de ingredientes ativos de IRG e seus respectivos sítios de ação nos insetos:

  • Diflubenzuron, fludenoxurom, lufenurom, novalurom, teflubenzurom, triflumurom, buprofezina: Inibidores da biossíntese de quitina
  • Cromafenozida, halofenozida, metoxifenozida, tebufezonida: Agonistas do receptor de ecdisona
  • Fenoxicarbe, piriproxifem, metoprene : Mímicos do Hormônio Juvenil
Broca-da-cana-de-açucar

Reguladores ajudam no manejo da broca-da-cana-de-açucar

Os reguladores de crescimento auxiliam no manejo da broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis), praga que é considerada a de maior importância na cultura da cana-de-açúcar, além de atacar também a plantação de milho, causando danos diretos e indiretos.

Existem diversas formas de controle como o uso de variedades geneticamente modificadas , controle químico e um enfoque maior é dado à utilização do parasitoide de ovos Trichogramma galloi, do parasitoide de larvas Cotesia flavipes, que vem ganhando cada vez mais espaço.

Mas, se o controle biológico vem ganhando espaço, onde é que o químico com os IRC entra? Não é possível ter uma alta produção na plantação de cana-de-açucar contando apenas com os inimigos naturais; é necessária a conciliação das duas táticas de controle, com enfoque na utilização de produtos seletivos.

Os dois inimigos naturais de maior importância para o controle da broca, T. galloi e C. flavipes são endoparasitoides, ou seja, o desenvolvimento ocorre dentro do corpo do inseto. Sendo assim, as fases de maior ação dos IRC estão sobre proteção do córion do ovo, no caso do Trichogramma, ou do corpo da larva no caso da Cotesia. Isso faz com que esses produtos sejam considerados mais seletivos, além do fato de apresentarem alta especificidade, tornando-os passíveis de recomendação.

Mas de toda forma, é necessária atenção dobrada para que os inseticidas não diminuam a eficiência dos Inimigos Naturais em campo. Para isso, fique atento a estudos de seletividade que avaliem o efeito do inseticida tanto na mortalidade, quanto no desenvolvimento do agente de controle biológico e seus descendentes, antes da utilização de um produto químico. Isso vale tanto para você profissional do campo, quanto para você produtor!

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