Agricultura
Vantagens da tecnologia GLTP na cotonicultura | BASF
A tecnologia oferece diversas vantagens, como maior eficiência e flexibilidade no controle de plantas daninhas e lagartas
Acácio Netto - ESALQ-USP
A tecnologia GLTP consiste na tecnologia GlyTol LibertyLink TwinLink Plus e está disponível para a cultura do algodão. Essa tecnologia combina dois genes de TwinLink (Cry1Ab e Cry2Ae) com o gene Vip3A para ampliar a proteção contra as lagartas mais difíceis de serem controladas no algodão. Além disso, também possui dupla tolerância a herbicidas possibilitando aplicações em pós-emergência dos herbicidas à base de glufosinato de amônio e glifosato.
Em relação ao manejo de plantas daninhas, a tecnologia GLTP possibilita a rotação de dois herbicidas pós-emergentes com diferentes mecanismos de ação. As vantagens disso são o aumento do espectro de controle de plantas daninhas, redução da pressão de seleção e menor risco da seleção de plantas daninhas resistentes a herbicidas na área de cultivo. É importante ressaltar que o cotonicultor pode adotar outras práticas de manejo na lavoura para prevenir a seleção de ervas resistentes no campo, como por exemplo: evitar áreas em pousio, implantar a cultura 'no limpo', usar a dose recomendada no estádio correto da planta daninha, além de realizar a limpeza de implementos agrícolas.
Antes da implantação da cultura é importante realizar o controle de plantas daninhas na área por meio de uma dessecação pré-plantio de preferência de forma antecipada. Algumas plantas daninhas são hospedeiras de lagartas que posteriormente podem migrar para as plantas de algodão. Essas lagartas possivelmente estarão em instares mais avançados e são mais tolerantes às proteínas Bt. Logo, a dessecação pré-plantio além de contribuir para o controle de plantas daninhas, está também ligada ao manejo de pragas e ao bom desempenho da tecnologia GLTP.
Além de começar a cultura 'no limpo' ressalta-se a importância de manter a lavoura nessas condições para o bom desenvolvimento do algodão. Para evitar a competição das plantas daninhas o cotonicultor deve realizar aplicações sequenciais de herbicidas ou glifosato sempre na dose recomendada, a partir da germinação do algodão e no estádio precoce de desenvolvimento das plantas daninhas. Além disso, recomenda-se realizar no máximo duas aplicações por safra de algodão com intervalo da aplicação sequencial de 14 dias. Para o herbicida glifosato recomenda-se utilizar o produto que tenha registro para a cultura do algodão geneticamente modificado na dose recomendada pelo fabricante.
Em relação ao manejo de pragas, essa tecnologia oferece o amplo espectro de controle das principais lagartas do algodoeiro com controle das lagartas (Alabama argillacea, Chrysodeixis includens, Pectinophora gossypiella,Spodoptera eridania, Spodoptera cosmioides e Chloridea virescens) e controle moderado para (Spodoptera frugiperda, Helicoverpa armigera e Helicoverpa zea).
As proteínas Bt são expressas durante todo o ciclo do algodão, auxiliando na autodefesa da planta contra o ataque de lagartas do gênero Lepidoptera. Dessa forma, é necessário que as lagartas-alvo se alimentem dos tecidos vegetais das plantas. Para o melhor desempenho da tecnologia GLTP recomenda-se realizar o manejo do algodão da melhor forma possível a fim de evitar períodos de estresse na planta que podem afetar a expressão das proteínas. Logo, é importante observar a data de plantio, população de plantas, práticas de adubação, entre outros.
Além desses fatores, para o máximo desempenho da tecnologia, recomenda-se o manejo integrado de pragas com a adoção de algumas medidas como monitoramento, identificação e quantificação de pragas, conhecer o nível de controle e áreas de refúgio.
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