Agricultura
Influência da temperatura na ocorrência do percevejo manchador na cultura do algodão | BASF
Ao lado da lagarta-das-maçãs, do bicudo do algodoeiro e da lagarta rosada, o percevejo manchador está entre as principais pragas do algodoeiro.
Lucas Barros - ESALQ-USP
Ao lado da lagarta-das-maçãs, do bicudo do algodoeiro e da lagarta rosada, o percevejo manchador está entre as principais pragas do algodoeiro.
Na cultura do algodão, o percevejo manchador, Dysdercus spp., provoca perda de peso, redução do teor de óleo na semente, e o manchamento das fibras. Além do algodão, essa praga também ataca flores e frutos da laranjeira e tangerineira, causando manchamento, queda das flores e o apodrecimento dos frutos.
Fatores bióticos como a disponibilidade do alimento, hospedeiro, pode influenciar na ocorrência do percevejo manchador do algodoeiro. Junto a esses, fatores abióticos como a temperatura também pode interferir diretamente na "velocidade" de seu desenvolvimento e reprodução (número de gerações por ano e fecundidade).
Devido a importância do percevejo manchador, a cultura do algodoeiro, pesquisadores avaliaram em condições laboratoriais a biologia da espécie Dysdercus peruvianus em sete temperaturas: 18, 20, 22, 25, 28, 30 e 32ºC.
Nesse estudo, sob a temperatura de 32ºC o desenvolvimento embrionário de D. peruvianus não se completou. O período ovo-adulto variou entre as temperaturas, sendo de 25,1 dias na temperatura de 30ºC, e de 68,5 dias à 18ºC.
Os insetos apresentaram cinco instares em todas temperaturas avaliadas. A maior mortalidade na fase ninfal foi registrada nas temperaturas mais altas, o que pode ser uma adaptação de D. peruvianus às baixas temperaturas.
Com os resultados obtidos foi possível estimar que no período de aparecimento da praga na cultura, abertura dos capulhos, poderá ocorrer uma geração nas regiões com temperaturas médias entre 17 a 23ºC. Além disso, essas informações poderão facilitar a previsão de ocorrência de D. peruvianus e, conseqüentemente, o seu manejo.