Agricultura
Casos de ferrugem na soja crescem no Brasil no último mês
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Dados do Consórcio Antiferrugem mostram incidências no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo
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Manejo preventivo é fundamental para amenizar os danos das doenças fúngicas no cultivo
Dados do Consórcio Antiferrugem, parceria público-privada que monitora casos de ferrugem na cultura da soja, mostram um aumento do número total de registros de mais de 100% nos casos da doença no Brasil entre novembro e dezembro deste ano. Os primeiros estados brasileiros a registrarem focos de ferrugem foram Paraná e São Paulo, seguidos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ao total, são 32 casos registrados pelo sistema (até o dia 7 de dezembro), que indica a incidência da doença em nível nacional, já no início da safra 2023/2024.
No comparativo com o mesmo período do ano passado, o aumento do número total de casos foi bastante significativo. O crescimento pode ser justificado pela ocorrência do El Niño, fenômeno climático que vem se intensificando ao longo dos últimos meses com fortes ondas de calor, variações de temperatura, inverno mais brando e distinção na ocorrência das chuvas: maior frequência e intensidade na região Sul e irregularidade no Centro-Oeste e Nordeste.
“Nas últimas safras estávamos sob influência do La Niña e, por isso, o comportamento de doenças foliares foi diferente, principalmente em relação à ferrugem asiática. Hoje, nesse cenário sob nova perspectiva climática, em que há atraso dos plantios tanto no Sul – devido altos índices de pluviosidade - quanto no Centro-Oeste e Norte – devido a escassez pluviométrica -, teremos uma das maiores janelas de semeadura da sojicultura, alertando principalmente para maiores possibilidades de ferrugem asiática. Os agricultores devem redobrar os cuidados, principalmente nas fases iniciais do cultivo, pensando na prevenção e proteção foliar”, relata Mariana Dossin, Desenvolvimento Técnico de Mercado Sênior da BASF e Doutora em Ciência do Solo pela Universidade Federal de Santa Maria.
Conforme explica a agrônoma, as doenças fúngicas se propagam facilmente nas lavouras de soja, principalmente pela sucessão de cultivos e pelo clima tropical, sendo a soja hospedeira de grande parte de fungos que sobrevivem no solo. “A ampla janela de semeadura é um alerta, pois teremos uma safra com diferentes estádios fenológicos da soja ao mesmo tempo e variações climáticas intensas que podem dificultar, inclusive, os tratos culturais”, diz.
Segundo Mariana, a variação climática dessa safra acende um alerta para a agricultura nacional. “Por exemplo, as condições que estamos vendo na Região Sul favorecem o estabelecimento e desenvolvimento de doenças foliares como mancha-alvo, cercospora e a antecipação e agressividade da ferrugem asiática. Já na região Centro-Oeste, a oscilação de baixa pluviosidade e altas temperaturas tem influenciado em perdas de estande, áreas de replantio e ainda instabilidade nos tratos culturais devido ao estresse hídrico, que trazem consigo riscos de fitotoxicidez”.
Doenças foliares oportunistas, como cercospora e septoriose, são favorecidas por essas condições extremas, bem como antracnose e a mancha-alvo, que continuam sendo uma grande preocupação. “Um grande ponto de atenção dessa safra é, sem dúvidas, a mudança da dinâmica de algumas doenças, trazendo um grande alerta para ferrugem asiática nesse ano devido à ampla janela de plantio, podendo afetar potencialmente as regiões do cerrado brasileiro” alerta Mariana.
Nesse sentido, o manejo preventivo de fungicidas se torna essencial para o sucesso do cultivo. Segundo Vitor Bernardes, gerente sênior de Marketing Soja da Divisão de Soluções para Agricultura da BASF, as aplicações iniciais bem-feitas são a chave para prevenir a evolução das doenças, e consequentemente, as perdas que, no caso da ferrugem, podem variar de 10 a 90%. “O manejo das doenças fúngicas envolve várias estratégias importantes. Vazio sanitário, semeaduras no início da safra e cultivares mais precoces são importantes no planejamento da lavoura. Após a implantação da cultura, a aplicação de fungicidas no momento correto e a manutenção de um intervalo regular entre aplicações de no máximo 15 dias são fundamentais para o manejo eficiente de doenças”, frisa Bernardes.
A ferrugem reflete diretamente em prejuízos à formação de grãos e ao enchimento de vagens, com redução do peso final dos grãos, comprometendo o resultado do cultivo. Para prevenir esses impactos, o gerente destaca as soluções que a BASF trouxe ao mercado recentemente, como o fungicida Belyan®, de amplo espectro de controle e alta seletividade.
Belyan® possui em sua formulação o ingrediente ativo Revysol®, um dos principais lançamentos da empresa em nível global nos últimos anos, indicado para as primeiras aplicações na lavoura. “Nós sabemos que, para o agricultor, cada folha importa. Belyan®, graças à molécula Revysol®, é uma solução capaz de se adaptar às diferentes características dos fungos que atacam a cultura da soja e ter alta efetividade de controle, sem causar injúrias às plantas”, destaca.
Outra solução da empresa é o fungicida Blavity® para ferrugem asiática e mancha alvo, com baixa dose, o que proporciona mais conveniência para o agricultor. “É por isso que a BASF investe aproximadamente 950 milhões de euros por ano em pesquisa e desenvolvimento: para trazer soluções que permitam obter maiores produtividades e força para a agricultura do Brasil. Desejamos em mais uma safra fortalecer o legado dos sojicultores brasileiros, superando os principais desafios com inovação e sustentabilidade”, finaliza Bernardes.
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Roberta Silveira | Gabriel Vitor