Agricultura

Esse produto é seletivo... Mas o que isso significa mesmo? | BASF

Você já deve ter visto em várias propagandas de produtos químicos o seguinte enunciado: “Esse produto é seletivo”, mas você sabe o que quer dizer isso?

Ana Paiva | ESALQ - USP

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Quando falamos em seletividade, estamos falando em uma das premissas do Manejo Integrado de Pragas, que permite, e incentiva, a utilização de mais de uma tática para controlar determinada praga. Nesse caso, controle químico e controle biológico.

O controle químico é uma das principais táticas de pragas e doenças nas nossas lavouras, certo? Ninguém quer abrir mão da sua utilização, e, pra falar a verdade, quando se trata de um país como nosso, com grandes áreas de cultivo, isso nem é possível.

Mas, e se você pudesse reduzir o uso desses produtos? E contar com a ajuda dos inimigos naturais (controle biológico) para o controle de pragas na sua lavoura? Seria ótimo para o seu bolso, ou para o bolso do seu cliente, e para o meio ambiente!

Para colocar tudo isso em prática, precisamos utilizar os princípios de seletividade, que busca um produto químico que atue sobre a praga, e que cause o menor dano possível aos inimigos naturais.

Existem dois tipos de seletividade, a seletividade ecológica, na qual você utiliza os produtos químicos de forma que ele não atinja diretamente o inimigo natural, baseando-se nas diferenças ecológicas e comportamentais entre ele e a praga. Por exemplo, a aplicação em reboleiras, a utilização de produtos sistêmicos e a realização da pulverização em horários de menor atividade do inimigo natural.

E existe, também, a seletividade fisiológica, que é baseada nas diferenças fisiológicas entre pragas, predadores e parasitoides. E é dessa que estamos falando quando nos referimos a um produto como seletivo. E sua seletividade pode ser referente à dose utilizada ou ao modo de ação.

Mas preste bem atenção! Alguns testes mostram apenas se o inseticida ou fungicida (acredite, eles também podem ser prejudiciais), matou ou não o organismo benéfico, mas isso não é suficiente! Muitas vezes, apesar de não morrer, o inseto pode perder sua capacidade de busca (e não encontrar mais a praga que deve controlar), diminuir a capacidade de parasitismo ou predação, diminuir a oviposição (apresentando um controle menos eficiente), ter sua longevidade reduzida, além de outros efeitos que denominamos subletais.

Os laboratórios em Universidades ou das próprias empresas têm realizado cada vez mais testes de seletividade. Portanto, fique atento, pesquise, cobre do seu agrônomo responsável sobre o produto que você vai utilizar!

 

 

Fonte Texto:

PARRA, José Roberto Postali. Controle biológico no Brasil: parasitóides e predadores. Editora Manole Ltda, 2002.

 

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