Agricultura

Trigo brasileiro avança em área e produção

Agricultores devem colher 7 milhões de toneladas do grão este ano, reduzindo a dependência das importações de trigo

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O Brasil deve colher quase 7 milhões de toneladas de trigo em 2021, volume que supera em mais de 11% o que foi colhido no ano passado. A área plantada também será maior, com avanço acima de 8%, passando de 2,5 milhões de hectares. O desdobramento dessas informações, apresentadas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) no mês de junho, traz uma série de indicadores positivos para a triticultura brasileira. A começar pela redução na dependência das importações de trigo, que em 2020 passaram de 6 milhões de toneladas, segundo dados divulgados pela Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo).

A Região Sul responde por mais de 88% de toda a produção de trigo no Brasil, e a liderança por Estado é dos paranaenses, que devem ter uma colheita superior a 3,1 milhões de toneladas. Até o final de maio, 58% da área reservada ao cereal no Paraná já estava plantada, e a maior parte dela (92%) em boas condições, de acordo com a Conab. E a tendência é que continuem dessa forma por mais tempo, o que favorece as operações agrícolas e o desenvolvimento fisiológico das plantas.

No Rio Grande do Sul, a semeadura começou um pouco mais tarde. Mas com a tendência de ser intensificada durante o mês de junho, favorecida pelas chuvas que aumentaram o acúmulo de umidade no solo. 

A previsão da Conab é que os gaúchos colham mais de 2,7 milhões de toneladas, quase 22% a mais do que em 2020. 

Embora ainda distante dos demais, Santa Catarina é o Estado da Região Sul que apresenta os maiores índices de crescimento na cultura do trigo. Os catarinenses devem plantar 84 mil hectares e colher mais de 247 mil toneladas, avanço de 37,5% e 36,3%, respectivamente.

Se o sul do Brasil é reconhecido pela tradição no cultivo do trigo, o Cerrado é a área do País que vem chamando a atenção pelo rápido crescimento. Só para se ter ideia, a Região Centro-Oeste deve aumentar quase 50% sua produção, na comparação entre 2020 e 2021, passando de 186,0 mil toneladas para 278,8 mil toneladas.

O Estado de Goiás, por exemplo, pode registrar avanço de 142,4% nessa mesma relação, saindo de 92,4 mil toneladas e chegando a 224,0 mil toneladas. Essa análise abrange ainda Estados como Minas Gerais, o terceiro no País em área plantada, e Bahia.

Tal cenário é uma comprovação da capacidade que o agronegócio tem de superar os mais diferentes desafios com base na ciência e no comprometimento dos agricultores.

 

O avanço no Cerrado deve-se, em grande parte, ao desenvolvimento biotecnológico, que deu origem a cultivares mais adequadas à região, sobretudo mais resistentes a doenças às altas temperaturas. Destaque também para os produtores, que estão sabendo aproveitar essa tecnologia.

 

Todo esse progresso, que tende a continuar, ainda pode favorecer o Brasil no cenário global. Em fevereiro deste ano, o País aparecia como o 16º maior produtor mundial de trigo, recuando uma posição nesse ranking, publicado pelo USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. No entanto, naquele momento, a previsão da colheita nacional de trigo era de 6,3 milhões de toneladas, segundo o próprio USDA. Pelo atual levantamento da Conab, o quadro pode ser diferente.

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