Agricultura

Quais as principais doenças da cultura do trigo?

A produtividade das lavouras do trigo depende diretamente do clima e das condições de sanidade das plantas. Por isso é importante o produtor conhecer as doenças que atacam seus trigais, estar atento aos sintomas de cada uma delas e buscar as melhores estratégias de controle, sobretudo as que têm uma ação preventiva. Veja agora quatro das doenças que mais comprometem a produtividade e a rentabilidade, não só das plantações como de toda a cadeia agroindustrial do cereal. 

 

Giberela – No Brasil, o principal patógeno da doença é o fungo Fusarium graminearum, pois ao redor do mundo pode ser causada por outras espécies. Os principais danos causados à cultura do trigo aparecem no desenvolvimento de espigas e grãos, a partir do ataque a aristas e espiguetas, que ficam mais esbranquiçadas ou passam a ter cor de palha. Dependendo da susceptibilidade da cultivar, o problema avança para o pedúnculo, deixando-o marrom. Quando afeta a fase do espigamento, a doença gera queda de rendimento, pois os grãos, ainda que se formem, ficam mais leves e são eliminados na colheita, juntamente com a palha. A integração de medidas é o melhor caminho para o controle: opção por cultivares menos suscetíveis, aplicação bem planejada de fungicidas no momento correto e escalonamento da semeadura (melhor ainda com cultivares de ciclos distintos de espigamento). 

 

Brusone – O patógeno dessa doença é o fungo Pyricularia grisea, que ao infectar os grãos do trigo pode causar uma série de danos: os grãos não alcançam tamanho nem peso ideais, têm má formação e ficam enrugados. Boa parte deles é eliminada na colheita ou no beneficiamento, o que gera perdas de produtividade e rentabilidade para toda a cadeia. O controle da doença envolve o manejo das lavouras e o monitoramento das condições climáticas. Isso porque sua propagação acontece de maneira mais intensa com temperaturas entre 25°C e 28°C e um período de 10 a 14 horas de molhamento do tecido vegetal. Na questão do manejo da lavoura, além da escolha de sementes sadias e da aplicação de fungicidas, é primordial a rotação de culturas, remover e destruir restos de cultura, material orgânico que pode servir como fonte de inóculo. 

 

Mancha amarela – Causada pelo fungo Drechslera tritici-repentis, é considerada a principal mancha das lavouras de trigo, sobretudo no Sul do Brasil, pois em condições climáticas favoráveis ao patógeno pode reduzir em mais de 50% o potencial de produtividade das plantas. Esse risco é maior em áreas de monocultura e com cultivares suscetíveis. Apesar do nome da doença, seus principais sintomas são pequenas lesões de cor marrom-escura, que evoluem para lesões elípticas com o centro marrom-pardo e halo amarelado, gerando grandes áreas foliares necrosadas. A eficiência no controle passa pela rotação de culturas; uso de sementes sadias, inclusive tratadas; escolha de cultivares com algum grau de resistência; equilíbrio nutricional das plantas; e aplicação estratégica de fungicidas. 

 

Oídio – Doença foliar causada pelo patógeno Blumeria graminis f.sp. tritici, reduz o rendimento e a qualidade de grãos em cultivares de trigo suscetíveis, em safras com condições climáticas de temperaturas amenas e baixa precipitação pluviométrica. O surgimento de colônias do fungo (micélio e conídios) é seu principal sintoma. Em geral, aparecem na superfície foliar com uma coloração branca acinzentada, com aspecto de mofo pulverulento. Quando há epidemias severas, isso pode ocorrer em todas as partes verdes da planta. A melhor estratégia de controle da doença deriva de uma associação de medidas, a começar pelo uso de cultivares resistentes. Mas é fundamental monitorar esse grau de resistência, pois com o passar do tempo podem surgir novas raças do fungo capazes de infectar essas cultivares. O tratamento de sementes com fungicidas específicos para a cultura e o patógeno, combate da doença  na parte aérea das plantas, fortalecem o controle do oídio.

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