Agricultura

Saiba identificar os tipos de ácaros e como tratar o tomateiro

O tomate está entre as culturas de grande importância socioeconômica para o Brasil, tanto pelo consumo in natura como na forma de itens industrializados. E também apresenta uma diversidade de cultivares e características, sistemas de produção variados, podendo assim ser explorado durante o ano todo e de forma intensiva em diversas regiões do país. Até por conta dessa ampla gama de possibilidades, também enfrenta múltiplos inimigos. 

Os ácaros têm destaque na lista de preocupações dos agricultores, pois prejudicam as lavouras tanto do ponto de vista do potencial de produção quanto da rentabilidade. Um ponto fundamental no controle dessas pragas é fazer o monitoramento e a correta identificação de quem está atacando a plantação, até para que se possa definir a melhor estratégia de combate. 

No caso dos ácaros, essa etapa exige conhecimento técnico, pois apresentam várias semelhanças tanto de aparência quanto na forma de agir. Conheça agora as três principais espécies que atacam o tomateiro. 

 

Ácaro-rajado (Tetranychus urticae

O ciclo biológico dura de 7 a 21 dias, entre ovo, imaturo e adulto. As fêmeas medem 0,5 mm de comprimento na fase adulta, têm formato ovalado, com dorso de coloração amarelo-esverdeada escura, coberto por longas setas e duas manchas escuras de cada lado. Já o macho adulto tem 0,3 mm de comprimento, com a parte posterior do corpo afilada. Nas fases adulto e imaturo, perfura e suga as células da epiderme vegetal. Fica alojado na face inferior dos folíolos e se protege com uma teia que os adultos produzem. Inicialmente, deixa pontuações cloróticas (amarelo-esbranquiçadas) na face superior do folíolo, que depois se unem, ficam marrom-avermelhadas e secam, provocando a senescência da folha. Alta infestação causa redução da fotossíntese, perda de vigor da planta, desfolha precoce, redução da produção e a ocorrência de frutos com superfície áspera e queimada (escaldadura) pela exposição ao sol prejudicando a qualidade do fruto. 

 

Ácaro-do-bronzeamento (Aculops lycopersici

Todo seu ciclo biológico – ovo, imaturo e adulto – tem duração de 6 dias. Quando adulto, o ácaro mede 0,2 mm de comprimento; tem formato fusiforme, coloração branco-leitosa ou laranja e dois pares de pernas. Também perfura e suga as células da epiderme vegetal, deixando as folhas amareladas, bronzeadas, levemente retorcidas e  com aspecto brilhante na face inferior. As folhas secam sem murchar. Outros sinais da infestação da praga são o bronzeamento da base dos ramos e os frutos pequenos e bronzeados ou com pele áspera e queimada (escaldadura) pelo sol prejudicando a qualidade do fruto. A presença muito intensa do ácaro pode reduzir substancialmente a produção ou causar até a morte da planta. 

Ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus

O ciclo biológico que envolve as fases de ovo, larva, pupa e adulto dura de 3 a 8 dias. Mede entre 0,14 mm e 0,2 mm, sendo a fêmea maior que o macho. Apresenta coloração branco-amarelada brilhante e tem quatro pares de pernas. Costuma se alojar na face inferior de folíolos – onde deposita seus ovos – e brotos, na região apical da planta. Infesta qualquer estádio de desenvolvimento do tomateiro. Adultos e ninfas perfuram e sugam as células da epiderme vegetal. Como sintomas, a planta atacada apresenta brotos, folhas novas e extremidade das hastes com coloração bronzeada e face inferior do folíolo com aspecto vítreo, além de brotos e folíolos novos com bordos enrolados para baixo, quebradiços e rasgados. Alta infestação pode ocasionar o secamento dos folíolos e desfolha precoce prejudicando a produção e qualidade dos frutos.

 

Manejo de controle

Entre as medidas para controlar a ação dos ácaros nas lavouras de tomates, destaca-se a utilização de soluções químicas, com a pulverização de acaricidas. No entanto, o agricultor pode adotar diversas outras providências que contribuirão para conter a ação e a proliferação dessas pragas. Nessa lista de cuidados entram a rotação de culturas, a destruição de restos culturais logo após a colheita, a eliminação de plantas daninhas e outras plantas hospedeiras e inspeções periódicas (monitoramento) das áreas de produção. O controle vai além: é primordial que se utilize os insumos recomendados de maneira racional, coordenada e articulada, pois dessa forma é possível estabelecer um enfrentamento mais amplo e intenso dos desafios do tomateiro sem causar desequilíbrio ambiental. 

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