Agricultura
Saiba mais sobre a septoriose na cultura do tomate e manejo | BASF
Dentre as doenças que afetam a cultura do tomate, a Septoriose é uma das mais importantes. Entenda o motivo e saiba como manejar.
Daniel Grossi - ESALQ / USP
A Septoriose, ou mancha-de-Ssptoria, é causada pelo fungo Septoria lycopersici e é um problema em praticamente todas as regiões produtoras de tomate, tanto no Brasil como em outros países, principalmente em épocas mais quentes e chuvosas.
Entendendo a mancha-de-septoria na plantação de tomate
Os sintomas podem ser observados em qualquer fase de desenvolvimento da cultura do tomate, e se caracterizam pela presença de pequenas manchas de coloração palha de formato arredondado a elíptico e tamanho variando de 2 a 3 mm de diâmetro, principalmente parte inferior das folhas mais velhas das plantas.
Com a evolução da doença, as lesões vão adquirindo coloração mais acinzentada na parte central, com as bordas escuras, geralmente circundadas por um halo amarelo e aumentam de tamanho, podendo atingir 5 mm de diâmetro. Além das folhas, o fungo pode afetar também os caules, pedúnculos e flores. Os frutos são raramente afetados.
Quando o ataque da doença é severo, as lesões podem coalescer, formando grandes manchas de coloração pardo-escuras, deixando as folhas com aspecto de queimadas. Nestas situações, normalmente ocorre intensa desfolha, principalmente na parte mais baixa da planta, sintoma este conhecido como "Queima da Saia no tomate". Os frutos destas plantas severamente afetadas normalmente são menores e apresentam danos de queimadura, devido à exposição ao sol, e são mais desvalorizados, tanto para consumo in natura quanto pela indústria.
O fungo é favorecido por temperaturas entre 15 a 27oC e alta umidade e pode sobreviver em restos de cultura ou hospedeiros alternativos, e pode ser transmitido pelas sementes.
Alguns dos sintomas da doença podem ser vistos nas fotos abaixo.
Manejo da septoriose na cultura do tomate
Como vimos, o fungo pode ser transmitido pelas sementes. Desta forma, o uso de sementes e mudas sadias é fundamental. Além disso, é importante a rotação de cultura, principalmente com espécies de outras famílias botânicas, como gramíneas por exemplo e a remoção de restos culturais após a colheita, uma vez que o fungo sobrevive em partes vegetais do hospedeiro.
Além destas práticas, o controle químico, com uso de produtos registrados para a cultura e alvo é recomendado. Normalmente são utilizados fungicidas a base de triazóis, estrobilurinas, isoftalonitrilas, ditiocarbamatos e cúpricos e as aplicações são feitas no início dos primeiros sintomas, e repetidas em intervalos de 07 a 14 dias, se necessário, conforme recomendação de bula.