Agricultura
Como preparar o solo para iniciar a plantação do tomate? | BASF
O cultivo do tomate ocorre por dois segmentos na agricultura: o industrial, por meio do cultivo do tomate de hábito de crescimento determinado, e para mesa (in natura), de crescimento indeterminado.
Em ambos os casos, o plantio da hortaliça necessita de um bom preparo de solo para receber as mudas da planta, que na maioria dos casos, por uma questão econômica e de qualidade, são cultivadas em bandejas.
Sendo assim, existem alguns passos para se seguir a fim de garantir o preparo correto do solo antes da plantação dos tomates. Continue a leitura e veja quais são esses passos.
1º passo: análise da área
Antes de definir o local de plantio do tomateiro é fundamental analisar as propriedades físicas do local. Neste caso é válido analisar se a área tem facilidade para encharcamento, presença de pedras ou areia e topografia irregular. Isso porque essas são características não indicadas para o plantio de tomate.
Com relação aos aspectos biológicos, é interessante verificar o histórico da área. Por isso, o produtor deve buscar saber quais doenças, patógenos, pragas e fungos são mais comuns na região e quais as áreas de plantio ao redor da plantação, já que alguns patógenos bastante importantes para a cultura podem acabar vindo de outras lavouras próximas.
Outro fator importante para ser analisado ao escolher a área de plantio é a taxa de luminosidade. O tomate é uma cultura que precisa de ao menos algumas horas de luz solar ao dia para se desenvolver bem, principalmente na fase de florescimento.
Por fim, é importante ficar atento às condições climáticas do ambiente. Afinal, o tomateiro se desenvolve melhor em locais com temperaturas entre 21º C e 28º C durante o dia e com temperaturas entre 15º C e 20º C à noite.
2º passo: eliminar restos culturais
Além de reduzir as chances da presença de algum patógeno ou doença, a retirada ou incorporação de restos culturais da área que receberá as mudas de tomate auxilia nos processos de preparação do solo.
Utilizar as grades aradoras é uma boa alternativa para diminuir o volume dos restos culturais, uma vez que com o revolvimento, os restos serão decompostos em até duas semanas quando expostos ao sol.
Roçar o local manualmente ou fazer o enleiramento dos restos vegetais também são opções aos produtores.
3º passo: subsolagem ou aração profunda
Após feitas todas as análises é que se inicia, de fato, a preparação do solo para receber os tomateiros. Neste caso, há várias alternativas para preparar a área, que devem ser adotadas conforme alguns critérios como graus de compactação do solo, sistema de plantio que será adotado, textura do solo e até mesmo da disponibilidade de equipamentos.
Normalmente, a preparação começa com a subsolagem, que tem o objetivo de descompactar o solo para receber as mudas. Para facilitar esse processo, em locais muito secos e compactos, é possível ser feita uma irrigação antes da subsolagem ou da aração, que também busca revolver o solo em cerca de 20 cm.
No caso das mudas transplantadas, que é a situação mais comum na cultura do tomate, a Embrapa explica que não é preciso desmanchar todos os torrões de terra, evitando-se, desse modo, maior compactação do terreno.
Porém é importante ficar atento a presença de troncos, pedras e qualquer outro objeto que possa vir a danificar os maquinários em caso de transplante mecânico das mudas — situação ainda mais comum na produção de tomates.
4º passo: correção do solo
Além da aração ou subsolagem do solo, é preciso garantir que o solo esteja com os índices de calagem e fertilizantes ideais para o cultivo. Exemplo disso é o grau de acidez, que quando elevado interfere na disponibilidade dos nutrientes e influencia na fotoassimilação.
Para uma boa correção de solo, é preciso realizar uma análise do solo, que consiste na análise química da área em questão a fim de identificar quais são as correções necessárias para o local.
Caso seja identificado um baixo índices de calcário, a aplicação do produto para correção do percentual deve ser feita cerca de dois meses antes do transplante das mudas. O fundamental é que sua correção ocorra em um período de chuvas.
Segundo a Embrapa, se as doses de corretivo forem superiores a 2 toneladas por hectare, o indicado é que a calagem ocorra em duas aplicações. A primeira antes da aração e a segunda depois da gradagem.
Com relação ao pH do solo, o ideal para o bom desenvolvimento da hortaliça é de 6,0 a 6.5. Índices diferentes impactam na disponibilidade de outros elementos como magnésio (Mg), zinco (Zn), ferro (Fe), molibdênio (Mo) e manganês (Mg).
Além disso, é fundamental que elementos como nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) estejam em equilíbrio no solo, pois qualquer um em excesso ou em falta podem interferir na produtividade dos frutos.
Já a aplicação de adubos deve ser feita diretamente nos sulcos de plantio das mudas, quando as linhas de plantio estão sendo abertas pelos maquinários.
5º passo: faça buracos com 20 cm para receber os tomateiros
Com essa profundidade é possível garantir que as mudas não serão plantadas junto dos restos culturais presentes no solo. Além disso, ao plantar as mudas nessa profundidade, o produtor está se prevenindo contra possíveis chuvas ou ventos fortes, que podem arrancar as plantas.
Depois de feitos todos esses passos, o solo está pronto para receber as plantas do tomateiro.