Agricultura
Quais são as pragas secundárias do tomateiro? | BASF
As pragas secundárias que atacam as lavouras de tomate tendem a estar sob controle por causa das medidas aplicadas para conter as pragas-chave. Nesse cenário, não provocaram grandes danos à plantação. No entanto, por diversas razões, como adversidades climáticas, tipo de sistema de cultivo, desequilíbrio biológico e até a redução de inimigos naturais, podem passar a ganhar mais importância no manejo sanitário dos tomateiros. E o produtor deve estar atento para identificar sua presença e a dimensão do ataque, e adotar uma estratégia apropriada de controle e prevenção. O manejo integrado de pragas (MIP) é sempre uma boa opção, incluindo aí a aplicação de inseticidas preferencialmente seletivos e de acordo com as orientações da equipe técnica e com as recomendações do fabricante. Confira a seguir quais são as principais pragas secundárias do tomate.
Ácaro do bronzeamento (Aculops lycopersici)
Também conhecido como ácaro da ferrugem do tomateiro, provoca puncturas onde se alimenta da planta. Por consequência, essas áreas atacadas ficam com uma coloração prateada e, em seguida, escurecem e ganham um tom bronzeado. Na superfície dos ramos, podem surgir pequenas rachaduras. Também pode haver dessecação das folhas, o que expõe os frutos ao sol provocando queimaduras (escaldadura). Nas infestações mais severas, ainda é possível ocorrer descoloração e pequenas rachaduras na base dos frutos e, eventualmente, a morte da planta.
Vaquinha diabrotica (Diabrotica speciosa)
Esse pequeno inseto que na fase adulta possui as asas com coloração verde e amarelo se alimenta das folhas e do pólen do tomateiro, enquanto suas larvas atacam as raízes da planta. No caso das folhas, o principal problema é que a praga deixa uma grande quantidade de pequenas perfurações, prejudicando a capacidade fotossintética das folhas do tomateiro. Quando ocorrem altas infestações de adultos logo após o transplante, ainda pode ocorrer a destruição total da parte aérea das mudas e comprometer o desenvolvimento e produção de frutos.
Lagarta-rosca (Agrotis ípsilon)
Essa praga de hábitos noturnos costuma se alimentar de plantas jovens. Durante o dia, fica enterrada em pequena profundidade próximo às plântulas. Quando sai de seu esconderijo à noite, devora a base da planta rente ao solo. Em algumas situações é necessário replantar as mudas. Quando o tomateiro já está mais desenvolvido, o inseto abre galerias ou provoca o perfilhamento excessivo, causando o sintoma de “coração morto”. Na fase adulta, a praga é uma mariposa com 35 mm de envergadura, asas anteriores de cor marrom com manchas triangulares pretas e asas posteriores brancas.
Lagarta-militar (Spodoptera eridania)
Ocorre em qualquer estádio de desenvolvimento do tomateiro. Suas lagartas se alimentam das folhas e podem causar grande perda na produção e qualidade pelo broqueamento de frutos, em qualquer estágio de maturação. Quando atacam o tomateiro logo após o transplante podem seccionar as plantas (como a lagarta-rosca), reduzindo o estande.
Broca-grande-do-fruto (Helicoverpa zea)
A praga recebeu esse nome devido a suas dimensões na comparação com outros lepidópteros. Presente na planta desde a fase vegetativa, costuma ser mais notada nas etapas de desenvolvimento e maturação dos frutos. Coloca os ovos isolados nas folhas da região superior da planta. As lagartas perfuram as folhas e acabam migrando para os frutos, onde se alimentam da polpa deixando uma série de perfurações inviabilizando a comercialização.
Lagarta-falsa-medideira (Pseudoplusia includens)
Quando é menor, se alimenta das folhas raspando-as e deixando pequenas manchas claras. Mas seu apetite acompanha seu crescimento. As lagartas maiores destroem totalmente as folhas e até as hastes mais finas, prejudicando o desenvolvimento da planta e frutos. Também atacam os frutos em qualquer fase de maturação, deixando uma série de perfurações nos tomates, o que reduz seu valor comercial.
Burrinho (Epicauta suturalis e E. attomaria)
Esse pequeno inseto, de no máximo 2 centímetros de comprimento, tem coloração preta e é coberto por uma fina penugem branca. Costuma atacar reboleiras, alimentando-se do limbo foliar, deixando a planta apenas com hastes e frutos. Coloniza a cultura em grupos de até 4.000 indivíduos e tem elevada capacidade de consumir as folhas.
Percevejo castanho (Scaptocoris castanea)
Adultos e ninfas dessa espécie vivem no solo, em reboleiras, e atacam as raízes do tomateiro, sugando a seiva. Uma das consequências desse ataque é o depauperamento das plantas, que ficam amareladas e têm o crescimento prejudicado. Em casos mais severos, o tomateiro pode morrer. A estratégia de controle pode ser dificultada pela ocorrência esporádica do inseto e porque os sintomas às vezes se assemelham aos de deficiência nutricional ou de alguma outra doença da planta.
Ácaro-rajado (Tetranychus urticae)
Diante dessa praga, o tomateiro está em perigo em qualquer estádio de desenvolvimento. O ácaro-rajado infesta a face inferior das folhas e tece teias que o recobrem e servem de proteção, enquanto a planta perde capacidade fotossintética. Seu ataque deixa as folhas amareladas e, em situações mais intensas, as mais velhas ficam ressecadas e pode ocorrer desfolha severa. O período crítico surge juntamente com os primeiros botões florais.
Ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus)
Tem ação semelhante à do ácaro-rajado, com ataques em qualquer estádio de desenvolvimento do tomateiro. Também infesta a face inferior das folhas mais novas, depositando ali seus ovos isoladamente. No entanto, não tece teias. As folhas atacadas apresentam bordos enrolados para baixo e a face inferior com aspecto vítreo.