Agricultura
Como controlar o ácaro-rajado no tomateiro? | BASF
O ácaro-rajado (Tetranychus urticae) é uma importante praga sugadora da cultura do tomate. Como dano direto à planta, perfura as células superficiais das folhas – em especial na parte inferior de folhas mais velhas – deixando-as prateadas ou com coloração verde-pálida, diminuindo a taxa fotossintética e prejudicando o desenvolvimento do tomateiro. Nas regiões atacadas ainda ocorre oxidação. E se a ação do ácaro acontecer em alta intensidade, surgem manchas necróticas, que chegam a rasgar as folhas e até causar sua queda.
A alta densidade populacional do ácaro-rajado nas lavouras de tomate acelera esse processo de perdas, causando inclusive a redução da quantidade e tamanho dos frutos. Tal condição leva à maturação precoce e ao baixo teor de sólidos solúveis. Os ataques desta praga chegam a causar prejuízos entre 20% e 30% da produção. Há dois fatores que tornam o controle um pouco mais desafiador.
O primeiro deles é que esse ácaro forma teias, material que serve de apoio para se esconder e para se proteger, sobretudo do ataque de predadores. Também cria um ambiente altamente favorável para seu desenvolvimento e para o aumento populacional. Essa teia pode cobrir boa parte da planta, e com a alta infestação da praga o aumento é ainda mais significativo, o que leva ao segundo fator: a facilidade de dispersão. Quando há uma quantidade muito grande de teia nas plantas, é sinal de que a dispersão está acontecendo ou prestes a ocorrer.
Esse avanço do ácaro pela plantação acontece por meio de tecidos vegetais transportados pelo homem ou até mesmo por sua própria migração, com a praga caminhando por poucos metros. No entanto, a dispersão mais frequente se dá pelo próprio vento, pois as fêmeas procuram a periferia da planta hospedeira e se deixam levar pela corrente de ar.
O manejo integrado de pragas (MIP) é uma das principais medidas de controle, pois o manejo convencional, persistindo do mesmo modo de ação de acaricidas de acaricidas, acaba estimulando a seleção de populações resistentes a esse mesmo produto fitossanitário. Sem contar o risco de eliminar inimigos naturais da praga nas áreas de aplicação do acaricida. O monitoramento da presença do ácaro-rajado é o primeiro passo para o controle. Daí vêm o direcionamento para a aplicação das soluções químicas mais indicadas, que podem estar associadas a opções biológicas. Há ainda a possibilidade de integrar o uso de ácaros predadores, fornecidos por biofábricas, à estratégia de combate. O controle cultural, com a destruição de restos culturais e o manejo de invasoras, reduz a disponibilidade de plantas hospedeiras e reforça toda essa ação.