Agricultura

Semente de soja: como a qualidade influencia na produtividade das lavouras

Alcançar uma lavoura produtiva e, consequentemente, mais rentável ao fim da safra depende de inúmeros fatores. A qualidade das sementes desoja é um deles e, certamente, está entre os principais condicionantes para o sucesso de uma lavoura. 

Com grande interferência no estabelecimento das plantas no campo, o potencial produtivo da cultivar possui relação direta com a produtividade de uma safra inteira. 

Afinal, durante todo seu ciclo fenológico, a soja enfrenta inúmeras condições, sejam climáticas, como altas ou baixas temperaturas e umidade; sejam ambientais, como ataques de pragas, presença de doenças, falta ou excesso de nutrientes etc. 

Por isso, quanto maior o vigor, o potencial e a pureza de uma semente, melhor será o resultado que ela oferecerá em campo. 

Plantas produtivas, com a qualidade necessária para o bom desenvolvimento de uma lavoura, crescem adequadamente, são mais resistentes às intempéries, formam estruturas mais fortes e, como consequência, produzem mais grãos e promovem a rentabilidade esperada.

Quanto maior a qualidade, melhor a safra

Sementes com alto vigor, de boa qualidade, possibilitam a formação de grãos de soja de maneira uniforme e rápida, resultando em uma plantação de alto potencial produtivo. 

Para Geri Eduardo Meneghello, engenheiro agrônomo e pesquisador na área de sementes na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, a qualidade de uma semente é importante em qualquer cultura. Porém, no caso da soja, é ainda mais significativa. 

“A partir da semeadura, a semente inicia o processo de hidratação e germinação, seguindo da emergência. Esse processo, bastante importante, pode variar de duração de uma semente para outra, com uma tendência daquelas mais vigorosas realizarem o processo de uma forma mais rápida”, comenta. 

Na prática, quanto maior o número de grãos de qualidade utilizados no plantio, maior a probabilidade de uma lavoura uniforme — fator que influencia diretamente na produtividade das plantas. 

“Lotes de médio a baixo vigor, tendem a ter emergências desuniformes. Isso acarreta em algumas plantas emergindo primeiro e dominando as com emergência retardada. Quando nós passamos a ter muitas plantas dominadas, cada uma dessas plantas perde gramas no seu potencial produtivo, que, somadas em todo um campo de produção, representam uma queda significativa de produtividade.” 

Havendo desuniformidade e dominância, as plantas não aproveitam de forma ideal os recursos básicos para o seu bom desenvolvimento e acabam formando menos ramificações e grãos, hastes menores e se tornando mais propensas ao acampamento. 

 

Por isso, a semente requer atenção especial dos produtores, especialmente no pré-plantio, quando ocorre a escolha da cultivar. Nesse processo, é essencial que o produtor:

 

  • Invista em sementes de qualidade.

  • Opte por cultivares tratadas e certificadas. 

  • Verifique se a semente é pura. 

  • Observe se possui danos mecânicos, como fissuras nos grãos.

O que evitar fazer ao identificar lotes de baixa produtividade

Ao se deparar com um lote de baixa produtividade, não é indicado que o produtor aumente a densidade de semeadura. Segundo Meneghello, ao aumentar a densidade, intensifica-se, também, a presença de plantas falhas e duplas. 

“As plantas falhas são aquelas em que o espaçamento entre elas e a planta vizinha ultrapassa 50% do desejado. Já as duplas apresentam um distanciamento entre elas inferior ao 50% desejado. Essas duas situações contribuem com a redução do potencial produtivo das lavouras.” 

As plantas falhas ou duplas não são resultado exclusivo da baixa qualidade das sementes, porém têm sua presença acentuada em campo quando usadas variedades com menor vigor.

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