Agricultura

Quais são as pragas chave mais importantes do tomateiro?

Tão importante quanto conhecer as principais pragas que atacam as lavouras do tomate é entender que o combate vai além da aplicação de inseticidas químicos ou biológicos. Como orienta a Embrapa, o manejo eficiente passa também por cuidados como a rotação de culturas, a destruição de restos culturais após a colheita, a eliminação de invasoras, e outras plantas que servem de hospedeiras, preparo antecipado do solo e a utilização de cultivares mais adequadas à região. Veja agora quais são as pragas mais relevantes no cultivo do tomate*.

Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta) – Em sua fase de lagarta, mede cerca de 7 mm, tem coloração verde-parda e listras pardo-escuras e sua cabeça é marrom escura. Movimenta-se rapidamente, o que aumenta o potencial de estragos. Além de provocar o broqueamento de ponteiros de plantas e frutos, a lagarta deixa galerias nas folhas. O orifício por onde entra escurece e não cicatriza por completo favorecendo a entrada de doenças. A praga aparece o ano todo, mas tem maior presença em períodos mais secos e bem menos na época de chuvas. Campos irrigados por aspersão convencional ou pivô central tendem a ser menos prejudicadas do que no caso de irrigação por sulco, pois a aspersão pode derrubar ovos, larvas e pupas, o que reduz o potencial de multiplicação da praga. Recomenda-se o controle químico a partir de níveis de ataque do inseto em 10% (ou mais) nas folhas ou 4% nos frutos, podendo ser alterado de acordo com o preço do produto na época. 

Broca-pequena (Neoleucinodes elegantalis) – Sua lagarta tem cerca de 13 mm de comprimento e muda a coloração conforme a fase dos frutos: quando estão verdes, o inseto é esbranquiçado; quando os tomates estão maduros, fica avermelhado. O principal sintoma dos ataques é o broqueamento dos frutos. Dos ovos postos nas flores e nos frutos ainda pequenos eclodem as larvas, que logo entram nos frutos deixando pequenos caminhos. Elas crescem lá dentro, se alimentando do fruto e abrindo galerias, até que saem para empupar no solo, deixando um orifício no tomate. A praga ocorre no início do florescimento, por isso as pulverizações para controle devem ser iniciadas já nesse período, com jatos direcionados para os botões florais e frutos. Uma vez no interior dos frutos fica quase impossível o seu controle.

Broca-gigante (Spodoptera eridania e Helicoverpa zea) – As duas espécies de pragas têm esse nome popular devido ao tamanho das lagartas, que chegam a 40 mm, o que gera danos proporcionais de broqueamento dos frutos. A primeira, a Spodoptera eridania, na fase de lagarta, apresenta vários triângulos escuros ao longo de todo seu dorso, assim como uma listra branca ou amarela que não chega à cabeça. Quando adulta, é uma mariposa cinza-claro com cerca de 40 mm de envergadura. Suas asas anteriores tem um ponto preto no centro, enquanto as posteriores são mais esbranquiçadas. A Helicoverpa zea, quando lagarta, apresenta duas ou três listras longitudinais. Já adulta, a mariposa chega a ter 40 mm de envergadura e suas asas apresentam coloração amarela, podendo variar para um tom mais esverdeado, com uma mancha marrom-escura no centro. Recomenda-se evitar o plantio do tomate próximo de lavouras de milho, pois a praga é uma das principais pragas ocorrentes em milharais. 

Mosca-minadora (Liriomyza spp.) – O inseto adulto mede entre 1 e 3 mm e tem coloração preta e amarela. Faz a postura de seus ovos dentro das folhas do tomateiro, de onde vão eclodir as larvas, que têm cerca de 2 mm e uma coloração amarelada e são quase transparentes. Assim que eclodem, já se alimentam das folhas, minando o tecido por onde passam. Esse é um sintoma que facilita identificar a infestação. Satisfeitas, as larvas deixam as folhas e caem no solo, para a fase de pupa. Pode atacar o tomateiro durante todo o ciclo e ter diversas espécies hospedeiras. O controle químico do inseto é indicado a partir de 10% de folhas minadas na lavoura. Além dos danos provocados nas folhas facilitam a entrada de fungos prejudiciais ao cultivo. 

Mosca-branca (Bemisia tabaci) – Na fase adulta, o inseto mede em torno de 1 mm e tem quatro asas que são recobertas por um pó branco. Nesse período, costuma ficar nas folhas nos terços apical e mediano do dossel. Quando ainda é uma ninfa, sua coloração é esverdeada e passa a se fixar nos terços mediano e basal das folhas. A mosca-branca se alimenta da seiva e ao fazer a sucção injeta toxinas no sistema vascular das plantas, transmitindo viroses. Os períodos secos favorecem tanto seu desenvolvimento quanto sua dispersão. 

Tripes (Frankliniella schultzei e Thrips palmi) – Esses insetos são de difícil constatação em lavouras recém-plantadas, mas podem ser encontrados com facilidade nas inflorescências do tomateiro. Na fase adulta, o primeiro deles tem uma coloração mais escura, enquanto o segundo é marrom em tonalidade mais clara. Ambos medem 3 mm aproximadamente, têm asas franjadas e seu aparelho bucal é do tipo picador-raspador. Causam danos iguais aos da mosca-branca, e o impacto é maior quando grandes populações migram de outras hospedeiras e infestam lavouras de tomateiro com até 45 dias pós-plantio. Apesar dos danos diretos, a grande preocupação em relação a essas pragas é o fato de transmitirem a virose vira-cabeça do tomateiro.

Pulgões (Myzus persicae e Macrosiphum euphorbiae) – Essas são as duas espécies de pulgões que costumam atacar os tomateiros. Ambas têm coloração esverdeada e a primeira mede cerca de 2 mm, enquanto a segunda chega a 4 mm. Além de provocarem nas lavouras sintomas semelhantes aos causados pela mosca-branca, transmitem as viroses mosaico Y, topo amarelo e amarelo baixeiro. As aplicações de inseticidas para o controle da traça-do-tomateiro e da própria mosca-branca já reduzem a infestação dos pulgões, mas nem por isso o agricultor deve se descuidar do monitoramento e do controle. 

Ácaros (Aculops lycopersici, Tetranychus urticae e Tetranychus evansi) – Essas três espécies de ácaros são as que costumam atacar o tomateiro. Os da espécie Aculops lycopersici apresentam corpo vermiforme de 0,2 mm, quatro pernas e coloração marrom-avermelhada. Já os das outras duas medem cerca de 0,46 mm, têm oito pernas e apresentam coloração esverdeada com manchas dorsais escuras ou em um tom vermelho intenso, respectivamente. Esses ácaros produzem fios de teia na face inferior das folhas, que ficam retorcidas, apresentam desenvolvimento irregular e podem até secar, derrubando a produtividade. É recomendável evitar a formação de poeira, pois a praga aproveita como abrigo para a oviposição. Quando o ataque de ácaros for intenso, deve-se evitar o uso de inseticidas piretróides no controle de outras pragas pois pode ocorrer desequilíbrio biológico o que é prejudicial para o manejo de pragas.

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