Agricultura

Como evitar a infestação de traça nas batatas

Perder mais de 70% da produção para um inseto é uma situação que qualquer agricultor prefere nem imaginar. Mas exatamente por se tratar de uma realidade é que se deve pensar nisso – e a fundo –, avaliar os riscos caso essa situação ocorra e tomar as medidas necessárias para evitá-la. Assim começam a teoria e a prática do controle da traça-da-batata (Phthorimaea operculella), praga de infestação cruzada que causa danos desde as lavouras até a armazenagem do tubérculo. É por conta dessa abrangência que a possibilidade de haver prejuízos é tão ampla. 

A traça-da-batata está entre os principais desafios sanitários da cultura – e em todos os países produtores. Sobretudo em clima tropical e subtropical com temperaturas mais elevadas, pois o inseto é favorecido pelos períodos quentes e secos que ocorrem em meio ao ciclo de desenvolvimento da batata. No entanto, a atenção é permanente, porque os ataques acontecem em todo esse ciclo e em maior ou menor infestação, avançando inclusive para o armazenamento. 

Nas plantas, os danos são consequência do apetite das larvas da traça, que se alimentam de folhas, reduzindo a capacidade fotossintética, depois pode se transferir para os ramos, raízes e estolões.  Até aí, o potencial produtivo do vegetal já foi praticamente eliminado. Mas a praga ainda pode atacar os tubérculos, fazendo furos e construindo galerias, danificando gravemente os tubérculos da batata. Caso exista a chance de a batata ser aproveitada, certamente já não terá o mesmo valor comercial. 

Além de todos esses problemas, ainda há danos indiretos provocados pela transmissão e pela infecção de vírus, bactérias e fungos. Com a fragilidade das plantas, a lavoura acaba sendo acometida por doenças que potencializam o comprometimento do negócio. A lista de complicações não é pequena, mas geram grandes consequências na rentabilidade financeira dos bataticultores. O produtor não pode ignorar esses riscos, nem negligenciar o correto manejo sanitário da plantação.

Até por se tratar de um inseto que sobrevive de uma safra para outra, alimentando-se de restos culturais e até se mantendo na entressafra em plantas hospedeiras, é importante realizar o descarte adequado e enterrio dos tubérculos que não servirão para a comercialização. A proteção da lavoura é constituída pela integração de soluções de manejo, a exemplo da combinação de práticas culturais, controles químico e biológico e o uso de armadilhas de captura e de inimigos naturais. 

Outra medida valiosa nesse processo é a realização da amontoa, importante barreira física que dificulta o acesso de adultos e larvas da traça aos tubérculos. A rotação de culturas pode ser outra forma de quebrar o ciclo de sobrevivência e reprodução da praga. A colheita tem que ser realizada na época certa e durante os processos de lavagem e classificação os tubérculos infectados devem ser separados e eliminados. E, para fechar o circuito de prevenção, os locais de armazenagem da produção devem ser limpos, desinfetados e protegidos.

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