Agricultura

Como controlar a broca-pequena-do fruto na plantação de tomate?

A broca-pequena-do-fruto do tomateiro, Neoleucinodes elegantalis, tem sido uma praga séria para cultura do tomate nos últimos anos em várias regiões produtoras podendo causar perdas de mais de 50% na produção

Gustavo Alves - mestre e doutor em Entomologia pela ESALQ/USP

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A broca-pequena-do-frutoNeoleucinodes elegantalis, tem sido uma praga séria para cultura do tomate nos últimos anos em várias regiões produtoras podendo causar perdas de mais de 50% na produção.

Após o acasalamento, as mariposas ovipositam no cálice dos frutos ou mesmo sob as sépalas das flores. Depois da eclosão, a lagarta penetra em frutos e o orifício feito durante a penetração é quase imperceptível. O tempo necessário para a lagarta penetrar no fruto na lavoura do tomate não chega a 2 horas, característica que dificulta o controle desse inseto. Todo o desenvolvimento da lagarta ocorre no interior do fruto, deixando-o através de um furo de saída característico para enfim, pupar no solo.

As lagartas da broca-pequena-do-fruto se alimentam da polpa do fruto, ficando totalmente inviáveis para a comercialização devido à destruição da polpa. Além do tomateiro, o inseto ataca várias outras solanáceas como berinjela, jiló e pimentão.

Como realizar o manejo da broca-pequena-do-fruto na lavoura de tomate?

Um dos principais aspectos do manejo integrado de pragas de qualquer cultura é o monitoramento, aspecto crucial para tomada de decisão no controle dessa praga.

Para a broca-pequena-do-fruto, temos duas opções de monitoramento, a inspeção de plantas e o monitoramento de machos com armadilhas contendo feromônio sexual.

Para a inspeção de plantas, recomenda-se a amostragem em 60 plantas em 12 pontos do talhão com frequência de duas vezes na semana. Deve-se avaliar visualmente as pencas do terço superior de frutos em fase inicial de desenvolvimento. Os níveis de controle para N. elegantalis é de 5 % de frutos com sinais de entrada da lagarta ou 1% de frutos com sinais da saída da lagarta do fruto.

Caso prefira o monitoramento utilizando a armadilha com feromônio sexual, recomenda-se a utilização de 4 armadilhas por hectare, dispostas a 1 metro de altura do solo com avaliação semanal. Nesse caso, o controle da N. elegantalis deve ser realizado quando houver a captura de 1,68 mariposas/armadilha/semana.

O monitoramento com armadilha sexual é mais vantajoso, pois entre a captura de adultos nas armadilhas e a eclosão das lagartas existe um intervalo de tempo o qual permite um melhor planejamento quanto a escolha da tática de controle a ser adotada.

Lembre-se, o monitoramento dessa praga deve ser iniciado já no período de pré-florescimento do tomateiro, devido ao comportamento de fêmeas de ovipositar em frutos em fase inicial de desenvolvimento.

Independentemente do método de monitoramento adotado, o próximo passo é conhecer as opções de controle.

Na cultura do tomate a aplicação de inseticidas é corriqueiramente feita de maneira preventiva (as vezes com misturas de produtos), e em alguns casos, chegam a mais de 3 aplicações semanais. O uso indiscriminado de inseticidas pode aumentar o risco de contaminação ao homem e ao meio ambiente, “acelerar” a seleção de populações resistência da praga à inseticidas, ressurgências de pragas, eliminação de inimigos naturais, além de aumentar os custos de produção.

A escolha e uso dos defensivos agrícolas em programas de manejo integrado de pragas deve ser criteriosa, levando em consideração a eficiência biológica, mecanismos de ação e grupo químico. Lembre-se sempre de fazer rodizio de princípios ativos e de grupos químicos, dessa forma, você não contribui com a seleção de populações resistentes; ainda, sempre que possível, escolha defensivos químicos seletivos aos inimigos naturais

Você pode encontrar os defensivos indicados para o controle de N. elegantalis em tomateiro no site da Agrofit.

Outra forma de controle que vem ganhando espaço na tomaticultura, é o controle biológico. O uso de inimigos naturais no controle de uma outra importante praga do tomateiro, Tuta absoluta.

Assim como para Tuta absoluta, o uso do parasitoide de ovos, Trichogramma pretiosum e do controle microbiano de lagartas com Bacillus thuringiensis são também indicados para o controle de N. elegantalis.

Esses dois agentes de controle biológico são produzidos comercialmente; no entanto, a quantidade e forma de liberação ou aplicação desses produtos variam conforme a recomendação do fabricante. De forma geral, por se tratar de organismos vivos, o uso de agentes de controle biológico deve ser realizado nos horários de temperatura e radiação mais amenos do dia (entardecer ou a noite).

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