O que causa o fungo da podridão-da-uva-madura nas videiras?
Clima com temperaturas entre 25°C e 30°C e umidade elevada, seja qual for o motivo (chuva, orvalho, irrigação ou cerração). Essa combinação favorece o surgimento do fungo Glomerella cingulata nas videiras, o causador da podridão-da-uva-madura. Ou seja, verões quentes e chuvosos demandam mais atenção ao manejo sanitário. Quando esse patógeno se manifesta, muitos cachos apresentam diversas frutas murchas, o que acaba se tornando um enorme prejuízo para os produtores.
Ainda que os sintomas aparecem somente na fase de amadurecimento dos cachos, ficando mais evidentes nas etapas da colheita e da comercialização, o fungo da podridão pode estar presente na videira desde a floração. E o Glomerella cingulata é resistente, pois embora sua manifestação seja mais comum nas estações mais quentes, consegue sobreviver na área de lavoura durante o período de outono e inverno, alojado em restos culturais e frutos necrosados.
Dois fatores que favorecem a infecção e o desenvolvimento da doença são o excesso de nitrogênio, que provoca o crescimento excessivo dos ramos, e ferimentos nas bagas, que são uma porta de entrada ao patógeno. Os sinais dos ataques do fungo surgem por meio de manchas circulares sobre as bagas, lesões com coloração marrom-avermelhada que vão se espalhando pelo cacho. A partir daí, há o escurecimento e o murchamento de um ou mais frutos da uva, ou até de todos eles.
Por isso é tão importante que se faça a limpeza dos organismos contaminados, com a retirada de frutas estragadas e cachos mumificados para que sejam queimados ou enterrados. Restos orgânicos de poda devem ter o mesmo fim. O manejo de controle precisa ocorrer de forma integrada, envolvendo o controle de insetos-pragas que causam lesões nas bagas e facilitam a contaminação por doenças.
A poda verde contribui para essa proteção, pois deixa o espaço mais arejado para a planta e os cachos e ainda facilita a ação da aplicação de fungicidas. A pulverização com defensivos tem uma função preventiva, começa na floração e vai sendo repetida até a maturação, de acordo com a recomendação do fabricante respeitando o período de carência para a cultura e com a orientação do profissional responsável.
