Agricultura

Como identificar a podridão-cinzenta da videira

A podridão-cinzenta, também conhecida como podridão de Botrytis, tem como patógeno o fungo Botryotinia fuckeliana (de Bary) Whetzel, forma sexuada de Botrytis cinerea Personex Fries. Tão grande quanto sua nomenclatura são os danos que causa no cultivo, pois pode atacar todos os órgãos da videira, como informa artigo publicado na Revista Agronomia Brasileira, publicação da Universidade Estadual Paulista - Unesp de Jaboticabal. Mas é nos cachos de uva, durante a maturação, que a podridão acentua a sua ocorrência e deixa estragos mais evidentes. 

O problema pode começar em etapas anteriores, com a dessecação dos botões florais antes da floração e a consequente queda da inflorescência. Os ataques também atingem o pedúnculo ainda verde, causando necroses e a consequente queda dos cachos (podridão peduncular) inviabilizando o cultivo. Nas bagas de uva, os sintomas iniciais surgem na forma de pontuações ligeiramente claras, com formato circular medindo entre 2 e 3 mm. Esses pontos já são visíveis 72 horas após o fungo penetrar os tecidos, e sua expansão pode levar à exposição da polpa, inviabilizando a comercialização dos frutos. 

Com a infecção estabelecida, o problema só aumenta, pois o fungo pode crescer através das rachaduras na casca das bagas e produzir grande quantidade de esporos, ampliando a difusão da doença pelo parreiral. Uma simples baga que se torna marrom e apodrece produz uma visível massa de esporos. Quando a película da baga se racha e o mosto da uva escorre sobre o cacho, começa a se formar aquela característica aparência de mofo cinzento, devido a esporulação do fungo, de acordo com informações dos especialistas da Epagri-SC.

A esporulação acontece com maior intensidade quando a umidade é mais elevada. Tanto que as ocorrências de podridões severas dos cachos estão associadas com umidade relativa do ar alta e temperaturas entre 15°C e 28°C durante a maturação da uva, condições mais comuns na Região Sul do Brasil. Os sintomas da doença também podem ser identificados nas folhas das videiras, com lesões marrom-escuras, embora de maneira bem menos frequente.

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