Agricultura

10 medidas para o sucesso no manejo do psilídeo e do HLB em citros

Saiba mais sobre as 10 medidas para o sucesso no manejo de psilídeo.

Gustavo Alves - ESALQ-USP

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O psilídeo Diaphorina citri é o principal vetor das bactérias associadas ao huanglongbing (HLB) ou “greening”, considerada atualmente a mais séria doença da citricultura no mundo.

Desde o primeiro registro da doença em 2004 até o primeiro semestre de 2017, mais de 46 milhões de plantas foram erradicadas no estado de São Paulo.

Por não existir medidas curativas para o controle da doença, seu manejo baseia-se em medidas preventivas. Nesse texto serão abordadas 10 medidas essenciais para o manejo do psilídeo e consequentemente do HLB, indicadas pelo Fundo de Defesa da Citricultura, FUNDECITRUS.

CONHEÇA AS MEDIDAS:

1- Monitore o psilídeo

O monitoramento do inseto é fundamental no manejo do HLB. Por enquanto, a melhor forma de monitoramento é com a utilização de armadilhas adesivas amarelas, que devem ser colocadas no terço superior da planta na extremidade do ramo e voltadas para fora do talhão.

As armadilhas devem ser distribuídas nas bordas dos talhões, local de maior ocorrência do inseto. As armadilhas devem ser avaliadas semanalmente e trocadas a cada 15 dias.

O monitoramento auxilia na tomada de decisão de quando devemos iniciar o controle com inseticidas, evitando pulverizações desnecessárias e reduzindo custos.

Por ser vetor do HLB na cultura de citros, nesse caso em especial, não utilizamos um nível controle como para diversas pragas, a presença de um único psilídeo já torna necessário o controle com inseticidas. Atenção redobrada nas épocas de brotação.

2- Atenção as bordas dos pomares

Como comentado anteriormente, a borda é a região do pomar mais afetada pelo HLB e consequentemente com a maior população de psilídeos (conhecido como “Efeito de borda”). Isso ocorre em função de psilídeos que voam de uma propriedade a outra, pousando nas primeiras plantas encontradas.

Atenção redobrada no monitoramento e controle do psilídeo nessas áreas.

3- Controle do inseto vetor

O controle do psilídeo em pomares comerciais é realizado exclusivamente com inseticidas, no entanto, o controle é influenciado pela idade do pomar.

Antes do plantio, a muda já deve sair do viveiro com a aplicação de inseticida sistêmico. Pomares novos (de 0 a 3 anos ou replante), até 4 aplicações de inseticidas sistêmicos e pulverizações com inseticidas de contato sempre que captura algum psilídeo nas armadilhas adesivas amarelas ou quando for necessário pelo *Alerta fitossanitário da Fundecitrus *(veja mais no item 9).

Pomares já formados (acima de 3 anos), uso de inseticidas de contato em função da presença dos insetos nas armadilhas e em função do Alerta fitossanitário.

4- Plantio de mudas sadias

O plantio de mudas sadias produzidas em viveiros telados é indicado. Essa ação garante que o pomar será iniciado sem contaminação. Deve-se preconizar também, a utilização de mudas com pernadas já formadas, as quais apresentaram mais vigor no campo.

5- Eliminação de plantas sintomáticas

A eliminação de plantas sintomáticas é fundamental para manter a doença em níveis baixos no campo. Plantas sintomáticas não eliminadas servem de fonte de inoculo (bactéria) que poderão ser transmitidas para plantas sadias pelo inseto vetor.

Assim que identificada uma planta sintomática, a eliminação deve ser realizada o mais rápido possível. Após o corte, a aplicação de herbicida no toco deve ser aplicada a fim de evitar a rebrota.

6- A inspeção é fundamental

Para fazer um bom programa de eliminação de plantas sintomática, a inspeção correta e frequente do pomar é fundamental.

Realize treinamento e reciclagem sempre que possível para os inspetores (pragueiros) sobre a identificação dos principais sintomas da doença.

As inspeções devem ser feitas a partir do segundo ano de plantio, e serem realizadas pelo menos seis vezes no ano. Em pomares jovens (até 3 anos) as inspeções podem ser realizadas a pé ou com o auxílio de plataforma. Já pomares bem desenvolvidos (copa maior que 3 metros) recomenda-se o uso de plataformas suspensas com 4 pessoas.

Conheça os sintomas: O HLB inicialmente manifesta-se de forma setorizada na planta, com um mosqueado irregular entre os lados do limbo foliar. Com a evolução da doença, pode ocorrer desfolha das partes afetadas (geralmente em um galho ou ramo) e morte do ponteiro. Os frutos de plantas doentes são menores, assimétricos, deformados e com maturação irregular, podendo ainda, ocorrer aborto de sementes

7- Planta nutrida

Plantas bem nutridas são mais vigorosas, característica essencial para uma boa produtividade.

Mas lembre-se, a adubação em excesso e “coquetéis” nutricionais NÃO impedem a contaminação e não curam a planta do HLB. Fuja dos “coquetéis e soluções mágicas”.

8- Planejar o plantio e renovação do pomar

Recomenda-se o plantio em áreas onde a incidência da doença é menor, evite principalmente regiões altamente afetadas pela doença. Na renovação do pomar, evite o plantio de talhões novos próximos a talhões mais velhos.

9- Manejo regional? Participe!

O manejo regional do HLB nada mais é que a ação conjunta em larga escala por vários produtores de uma mesma região para o controle do psilídeo. O foco desse tipo de manejo é evitar que o psilídeo migre de um pomar a outro.

Para participar do manejo regional sua propriedade deve estar cadastrada no programa de alerta fitossanitário do Fundecitrus. Para saber mais sobre o programa, entre em contato com a Fundecitrus através do telefone, 0800-112155

10- Tem vizinho na propriedade? Parceria já!

Assim como você, seu vizinho também deve realizar o manejo do psilídeo, pois de nada adianta você ter um bom controle do vetor na sua propriedade e seu vizinho não.

Muitas vezes seu vizinho não pode não ser uma grande propriedade e sim, apenas uma chácara com poucas plantas cítricas ou murta. Nesse caso, tente negociar a troca dessas plantas (usadas para reprodução do psilídeo) por outras frutíferas, por exemplo. Em casos de resistência referente a substituição de plantas, a liberação das vespinhas Tamarixia radiata (inimigo natural do psilídeo) é uma boa alternativa. Atualmente a Fundecitrus vem produzindo essas vespinhas em grandes quantidades para a liberação em várias regiões do estado de São Paulo.

 

 

 

Fonte Texto:

Os 10 mandamentos para controlar o HLB

 

Fonte Imagem:

Adulto do psilídeo Diaphorina citri. Foto: Jaci Mendes Vieira

 

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