Agricultura

Visão de longo alcance contra invasoras | BASF

Monitoramento de plantas daninhas com auxílio de satélite permite racionalizar operações de pulverização, gerando economia e rentabilidade aos produtores de cana-de-açúcar

Imagem plantação de Cana

A utilização de imagens de satélite vem se tornando uma grande aliada dos produtores de cana-de-açúcar no controle de plantas daninhas. Mesmo sendo feito lá do espaço, esse monitoramento é capaz de captar com precisão detalhes sobre o desenvolvimento das plantas, tanto a própria cultura quanto das invasoras. Dessa forma é possível ter mais rapidez e assertividade na tomada de decisão e na aplicação de herbicidas, gerando ganhos em produtividade e contribuindo para a redução de custos.

Para que isso aconteça é fundamental que a informação seja transformada em conhecimento. Ou seja, os dados fornecidos pelas imagens dos satélites devem ser processados e interpretados por softwares específicos que mapeiam, literalmente, os passos a serem dados.

Para se ter ideia da importância do ajuste fino nesse manejo, embora os herbicidas estejam entre os insumos com menor impacto no custo de produção da cana-de-açúcar, sua utilização inadequada pode gerar perdas altíssimas. Na cidade paulista de Guariba, localizada em uma região tradicional de plantação de cana, os herbicidas representaram 3,44% do custo total da lavoura, na safra 2019/20. Esse dado está em um estudo do projeto Campo Futuro, executado pela CNA em parceria com SENAR e Pecege/USP.

 

Agora, coloque na balança essa outra informação: se os defensivos não forem aplicados corretamente, os prejuízos podem chegar a 85% sobre as soqueiras e até 100% sobre a cana-planta, dependendo do tempo de convivência das invasoras com a cultura. Sobretudo se ocorrer nos primeiros 90 dias do ciclo do canavial, de acordo com boletim técnico do Instituto Agronômico (IAC).

 

Outra análise do Instituto Pecege, por meio de sua plataforma Radar sucroenergético, mostra que na safra 2019/20, de maneira geral, os herbicidas representaram quase 21,8% entre os insumos utilizados nos canaviais e pouco mais de 5% dos custos agrícolas totais. A aplicação desses defensivos foi dividida entre praticamente 65% para tratos culturais na soca e 35% para a formação do canavial, conforme publicação do site NovaCana.com. Essa relação não deixa dúvidas sobre quão importante é o agricultor reduzir as chances de erros.

O monitoramento de plantas daninhas a partir de imagens multiespectrais de satélite pode ser descrito como um olhar amplo e permanente, que permite a geração de relatórios atualizados periodicamente sobre toda a propriedade. Esse é o conceito utilizado, por exemplo, pela Gamaya, empresa especializada em agricultura de precisão. Esse controle dá condições para que se faça uma comparação dos níveis de infestação por talhão.

Os dados resultantes desse levantamento servem como subsídios para que o agricultor defina de forma ágil e estratégica como vai pulverizar os herbicidas em cada etapa de desenvolvimento dos canaviais. Com imagens fornecidas semanalmente pelo satélite, o produtor consegue identificar anomalias na lavoura em diversos talhões e durante toda a safra, algo que não é viável de se fazer com a presença das equipes no local ou mesmo com a ajuda de drones. Uma vez que a imagem aponta um problema, a solução pode ser pontual, como uma pulverização localizada apenas onde há infestação. Segundo a empresa, evitar a pulverização com herbicidas em áreas sem infestação pode gerar uma redução de até 30% no uso de produtos químicos, além de economia de recursos (combustível, horas de máquinas e pessoal) e tempo nas operações.

 

De acordo com a companhia, o uso desse monitoramento via satélite traz resultados mais significativos nas fases de desenvolvimento da cana, até cinco ou seis meses após o plantio ou o corte, pois é nesse período que se tem um maior potencial de retorno do investimento nos herbicidas.

 

As imagens geradas por satélites, que podem ser complementadas pela utilização de equipamentos como drones e VANTs, mostram a incidência de plantas invasoras em diferentes fases dos canaviais, como a pré e a pós-emergência. Dependendo da capacidade dos programas utilizados para processar esses dados, é possível até identificar a espécie de planta daninha infestante e obter uma indicação de qual herbicida é mais apropriado para aquele quadro.

Esse monitoramento digital ajuda o agricultor a melhor direcionar os investimentos em um manejo preventivo, evitando os efeitos prejudiciais das invasoras. Uma das empresas que vem ganhando espaço nesse campo de atuação é a startup israelense Taranis, que passou por um processo de aceleração do AgroStart, plataforma de inovação e empreendedorismo da BASF.

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