Agricultura

Phoma no cafeeiro - diversos fungos em uma mesma planta | BASF

Você sabia que existem diversas espécies de Phoma que podem causar doença em café? Leia abaixo e entenda um pouco mais.

Thais Pongeluppi - Doutora em Ciências

Neste post falaremos de um importante fungo que ataca a cultura do caféPhoma spp. Ocorre em folhas, ramos, flores e frutos do cafeeiro e está amplamente disseminado pelas áreas produtoras mundiais, isto é, o fungo se adapta bem às condições climáticas favoráveis ao café.

Segundo SALGADO; PFENNING (2000) os sintomas que Phoma spp. pode causar em café são desfolha; manchas necróticas nas folhas; seca de ramos; e morte de brotações novas, rosetas florais e frutos; sintomas que interferem no desenvolvimento da planta, assim como na produção. Em cima das lesões aparecem pequenas pontuações pretas, estruturas chamadas picnídios, que são como bolsas que carregam esporos do patógeno.

Existem diferentes espécies de Phoma associadas ao cafeeiro, dependendo da condição climática do Brasil. Se há condição de frentes frias (temperaturas de aproximadamente 18 °C) e chuvas de granizo, com ventos frios, as espécies predominantes são P. tarda e P. costarricensis. Em condições mais quentes, em temperaturas médias elevadas, as espécies predominantes são P. herbarum, P. jolyana var. jolyana e P. leveillei. Até algum tempo, acreditava-se que apenas P. tarda e P. costarricensis eram patogênicas ao café, isto é, seriam capazes de causar doença e danos. No entanto, a partir de estudos realizados por SALGADO; PFENNING (2000), percebeu-se que P. herbarum, P. jolyana var. jolyana e P. leveillei, quando em associação a outras espécies de Phoma, também podem causar lesões necróticas nas folhas, e consequentemente, dano.

Mesmo havendo diferentes espécie de Phoma que podem atacar o café, P. tarda (anteriormente chamado de Ascochyta coffea) é considerado o principal agente causal de seca dos ponteiros em cultivos de café no Brasil. Este patógeno foi relatado causando danos em folhas e ramos, com posterior seca e comprometimento da frutificação e produção (Figura 1). Sua ocorrência é generalizada onde há café no Brasil. Em 2007 houve o primeiro relato da fase sexual deste patógeno no país, o que significa que o fungo pode produzir variabilidade genética e população que pode variar em patogenicidade e resistências. Para nós, que trabalhamos com agricultura, podemos pensar: PROBLEMA!

Figura 1. Sintomas de Phoma spp. em A e B) ramos e frutos do café; C e D) folhas (REVISTA CAFEICULTURA, 2016).

Phoma costarricensis também é considerado um importante patógeno em café. Tem ocorrência mais comum em áreas altas, acima de 1000m, condições comuns em Chapadões de Minas Gerais e Bahia. As regiões cafeeiras do Alto Paranaíba – MG sofre epidemias da doença. Quando em condições mais frias, entende-se que há maior propensão a epidemias.

Comumente a disseminação de Phoma ocorre por águas de chuva e irrigação, mas, claro, assim como todo patógeno, pode ser disseminado por mudas contaminadas, principalmente quando formadas em viveiros situados em condições frias.

O controle deve ser realizado principalmente de forma preventiva, evitando áreas mais sujeitas ao desenvolvimento do patógeno, praticar adubações equilibradas, usar quebra ventos tanto em áreas em formação como em áreas de café já instaladas, utilização de mudas certificadas, e controlar irrigação, evitando excesso de umidade. Instalação da cultura com maiores espaçamentos para melhor aeração, também pode ser uma prática assertiva no controle de fungos na cultura. Além destas práticas culturais, o controle químico também pode ser feito de forma preventiva, nos meses após março, e durante a formação de frutos.

Portanto, para arrematar este post, podemos concluir que:

·        Phoma é um gênero com várias espécies que ocorrem em café;

·        Nem todas espécies de Phoma são capazes de causar danos na cultura;

·        As principais espécies fitopatogênicas são Phoma tarda e P. costarricensis;

·        O controle de Phoma deve ser realizado preventivo, por práticas culturais e controle químico

 

 

 

 

Fonte Texto:

SALGADO; PFENNING

Fonte Imagem:

CAMPO E NEGÓCIO, 2015

REVISTA CAFEICULTURA, 2006

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