Agricultura
Bicho-mineiro no café: quais os danos causados nas lavouras | BASF
As lavouras de café estão vulneráveis a diversos tipos de doenças e pragas, que variam de acordo com fatores como condições climáticas e ambientais, manejo do solo e sistemas de cultivo adotados. Porém, a presença do bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) é hoje a principal ameaça aos cafeeiros.
Isso acontece porque as infestações desse inseto costumam ocorrer de forma generalizada, em grandes escalas e em um curto período de tempo, provocando assim enormes prejuízos econômicos.
Danos do bicho-mineiro nas plantações de café
Entre os inúmeros danos causados pelo inseto, está a queda na produtividade do cafezal, que pode chegar a perdas de até 90%, e ao comprometimento de até 75% da próxima safra, conforme dados da Embrapa.
Essas perdas estão diretamente ligadas à intensidade dos ataques, à duração das pragas nas lavouras, ao período do ano e ao tempo de existência do cafezal, pois quanto mais jovens as plantas, mais suscetíveis são.
Diante da ação das lagartas do inseto, as folhas das árvores de café acabam sofrendo uma desfolha abrupta. Como consequência, elas ficam mais fracas e sem folhas, a capacidade de fotossíntese das plantas reduz drasticamente, o que leva à queda da produtividade.
A desfolha é, assim, um dos principais sinais de que a plantação está sob ataque do bicho-mineiro. Quanto maior a quantidade de folhas caindo, maior o grau de infestação do inseto.
Condições ideais para o desenvolvimento do bicho-mineiro
Os ataques de uma população de bicho-mineiro podem acontecer por inúmeros fatores.
Entre esses fatores, as condições climáticas são as principais condicionantes para sua infestação. Regiões e estações do ano quentes, com temperaturas registradas acima dos 27ºC, e com longos períodos de estiagem e seca, são as mais propícias à proliferação da praga. O bicho-mineiro consegue se desenvolver e infestar cafezais durante todo o ano, porém com maior intensidade a partir do mês de julho, sendo o ápice de infestações em outubro, durante a florada.
Em outros períodos do ano, como é o caso dos meses de março e abril, a praga também pode ser notada nas principais áreas cafeeiras. No entanto, sua presença ocorre em menor quantidade, em decorrência de um possível veranico nos meses anteriores.
Estados localizados na região de Cerrado — como Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia, Maranhão, Piauí e São Paulo — são os mais atingidos pelos ataques do inseto devido às suas características climáticas e ambientais.