Agricultura

Como não deixar a corda-de-viola atrapalhar a colheita da cultura do café

Dentre as principais plantas daninhas que interferem negativamente no crescimento, desenvolvimento e produção da cultura de café estão as chamadas cordas-de-viola. Leia mais para entender o que são.

Acácio Netto - ESALQ / USP

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Algumas destas folhas largas são consideradas de difícil manejo na cultura de café através de herbicidas, com destaque para um grupo de folhas largas, chamadas comumente de cordas-de-viola. São pertencentes a dois principais gêneros botânicos, Ipomoea e Merremia, sendo registradas na literatura cerca de 65 espécies, porém algumas destas é que tem importância como planta daninha na plantação do café, com destaque para as espécies Ipomoea triloba, I. nill, I. hederifolia, I. quamoclit, Merremia aegiptea e M. cissoides. Estas espécies ocorrem de forma generalizada em cafezais de todas as regiões produtoras brasileiras. São espécies anuais, com hábito de crescimento trepador, utilizando o cafeeiro como suporte para seu crescimento, dificultando assim seu controle químico, pois não há herbicidas seletivos que possam ser aplicados de forma seletiva para o café nesta condição. Assim, o manejo da corda-de-viola e das folhas largas em geral deve ser executado em pré-emergência, ou preferencialmente em pós-emergência inicial, antes, porém de que desenvolva o seu hábito trepador.

Como alternativas em pré-emergência existem os herbicidas inibidores da PROTOX, tais com os herbicidas cujo ingredientes ativos são a base de oxyfluorfen, flumioxazin e sulfentrazone. No entanto, os herbicidas residuais somente devem ser aplicados depois que o controle das plantas já emergidas seja feito por herbicidas com ação foliar.

Devido ao hábito trepador da corda-de-viola no cafeeiro, que dificulta a aplicação do herbicida, recomenda-se que o controle seja realizado no início do desenvolvimento da planta daninha, em jato dirigido, sem atingir a folhagem do cafeeiro. Nesta situação recomenda-se a utilização dos herbicidas cujos ingredientes ativos são a base de paraquat (inibidor do Fotossistema I), 2,4-D (mimetizador das das Auxinas), porém os mais utilizados são os herbicidas cujo mecanismo de ação é de inibição da PROTOX, destacando se dentre eles o saflufenacil e o carfentrazone.

Dentre os aspectos positivos de uso dos herbicidas inibidores da PROTOX em pós-emergência ressalta-se o seu rápido efeito de dessecante na corda-de-viola, sendo favorecido pela incidência de luz. Esta característica permite a rápida interrupção da interferência da planta daninha sobre o cafeeiro. Outro aspecto positivo é a possibilidade de associação com o glyphosate para ampliação do espectro de controle, principalmente para eventuais infestações associadas de gramíneas. O herbicida saflufenacil, por exemplo, controla não apenas folhas largas, mas também a trapoeraba, uma comelinácea monocotiledônea muito importante para a cultura do café.

Sendo as folhas largas plantas daninhas de difícil controle, e no caso da corda-de-viola adiciona-se o fato de ter hábito de crescimento trepador, que não favorece aplicações de forma seletiva, é muito importante que o controle seja feito em seus estádios iniciais evitando assim a competição com a cultura do café. Com isso é possível evitar as perdas de produtividade, além da produção de sementes, que irão incrementar o banco de sementes, aumentado a infestação de plantas daninhas na área, dificultando sobremaneira o manejo.

 

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