Agricultura

A irrigação por gotejamento na cultura do café funciona?

A irrigação é uma aliada importante para atingir boa produtividade nas lavouras de café. Porém, deve-se avaliar qual o sistema de irrigação mais adequado para cada lavoura e região.

A utilização da irrigação por gotejamento, como qualquer outra tecnologia agrícola, pode funcionar muito bem em uma propriedade e não ter o melhor resultado em outra, tamanha é a variedade de fatores envolvidos. No entanto, a julgar pela estreita relação desse método com a cafeicultura e pela perspectiva de avanço da irrigação na atividade, a tendência é que a resposta seja positiva.

O Atlas da Irrigação, publicação produzida pela Agência Nacional da Água (ANA), em parceria com diversas e importantes instituições de pesquisa, mostra uma perspectiva de que em 2040 a área irrigada na cafeicultura alcance 605.369 hectares, espaço 34,7% maior do que o registrado em 2019 (449.283 hectares). E é muito provável que a irrigação por gotejamento tenha participação relevante nessa expansão, por conta dos benefícios que têm apresentado para a produção de café. 

Uma das principais vantagens desse sistema é a precisão ao disponibilizar a água para as plantas, em especial porque as mangueiras são instaladas sob a terra. O gotejamento é feito diretamente na região das raízes do cafeeiro, ou seja, no ponto certo; em um volume controlado que ofereça a umidade suficiente pelo tempo necessário e no momento em que a lavoura realmente demanda. Diante da busca por uma agricultura mais sustentável, produtiva e rentável, essa combinação parece ser uma saída exitosa.

O próprio Atlas da Irrigação mostra que a irrigação, de forma geral, garante eficiência de 95% no uso da água, o que sinaliza uma utilização bastante responsável dos recursos hídricos da fazenda. Essa água, captada em reservatórios da propriedade, é filtrada antes de ser aplicada nos cafezais, e ainda pode ser o veículo para fornecer  nutrientes e outros elementos essenciais  às plantas. 

Esse fornecimento adequado de água,  evita a instabilidade provocada pela falta de chuvas ou pelas altas temperaturas, garantindo um desenvolvimento uniforme da lavoura com índices elevados de produtividade e qualidade dos grãos. A combinação desses ganhos contribui para a redução do custo de produção de maneira geral, o que abre novas perspectivas de lucratividade e investimento com o aumento da produtividade e qualidade dos grãos.

É necessária a atenção do agricultor ao adotar a irrigação por gotejamento, que é o custo de implantação e manutenção do sistema, mais elevado do que em outras opções. Também deve considerar os riscos de entupimento das ponteiras e de corte das mangueiras por máquinas e equipamentos, durante algum manejo, ou por roedores. 

Além disso, é indispensável a análise das características da propriedade, do solo e das plantas; a capacidade hídrica local e a qualidade da água; e os recursos financeiros disponíveis para investir. É com essa análise minuciosa e um planejamento cuidadoso para a implementação da irrigação por gotejamento que o agricultor poderá responder se o sistema de fato funciona.

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