Manejo de Plantas Daninhas na cultura do Arroz
Cultivado e consumido em todos os continentes, o arroz é considerado alimento básico para cerca de 2,4 bilhões de pessoas no mundo, sendo o produto de maior importância econômica em muitos países.
Marcelo Malardo - Engenheiro Agrônomo
É uma cultura com grande capacidade adaptativa podendo ser cultivada em regiões com diferentes condições edafoclimáticas. Desta forma, para o cultivo de arroz são considerados dois ecossistemas principais, que são o de várzeas (irrigado por inundação) e o de terras altas (arroz de sequeiro). A orizicultura irrigada é responsável por 90% da produção, representando a maior parcela da produção de arroz do país, enquanto o arroz de sequeiro representa apenas 10% da produção nacional (CONAB, 2017).
As plantas daninhas competem com a cultura do arroz por água, luz, nutrientes e espaço, além de servirem como hospedeiras de pragas e doenças. As principais plantas daninhas que ocorrem na cultura do arroz estão apresentadas na Figura 1 abaixo.
Figura 1. Principais plantas daninhas na cultura do arroz.
Fonte: Adaptado de Cobucci, 2001 (EMBRAPA Arroz e Feijão).
O arroz é uma planta C3 que apresenta baixo ponto de compensação luminosa e baixa eficiência de uso de água em comparação com plantas C4. Essa característica é de grande importância para o correto manejo de plantas daninhas, pois na época de semeadura podem ocorrer altas temperaturas e altas luminosidades, que favorecem mais o desenvolvimento de plantas C4. Outra característica importante é que o “fechamento” da cultura de arroz acontece por volta dos 45 dias após sua emergência. Portanto, faz-se necessário iniciar mais cedo o controle dessas plantas infestantes, principalmente em áreas onde a infestação inicial é alta. O período crítico de competição estende-se dos 20 aos 45 dias após a emergência do arroz.
Para melhor eficiência no controle de plantas daninhas na cultura do arroz, podem-se realizar manejos preventivo e cultural, controle mecânico, biológico e químico. Lembrando que o manejo integrado, ou seja, a integração dos métodos de controle, é uma alternativa bastante eficiente e importante. Abaixo segue alguns exemplos de cada método de manejo de plantas daninhas na cultura do arroz:
- Preventivo – impedir a introdução, o estabelecimento e a disseminação de espécies daninhas em áreas ainda não infestadas (uso de sementes com alto grau de pureza; evitar uso de esterco, palha ou compostos que apresentem propágulos de plantas daninhas; limpeza completa de equipamentos agrícolas);
- Cultural – proporcionar as plantas de arroz capacidade de manifestar seu máximo potencial produtivo e de competir com as plantas daninhas (uso de cultivares adaptadas ao clima e solo; sementes de boa qualidade; adubação equilibrada; época adequada de semeadura; arranjo espacial de plantas; manejo de pragas e doenças; rotação de culturas);
- Mecânico - utilizar implementos, manuais ou tracionados, para a eliminação das plantas daninhas. O preparo do solo com diferentes equipamentos antes da semeadura ou na entressafra constitui-se em alternativa eficiente para controlar mecanicamente as plantas daninhas estabelecidas e para reduzir o banco de sementes no solo;
- Químico – Uso de herbicidas para controle de plantas daninhas. Tem sido o método mais utilizado nas lavouras de arroz em função da sua praticidade, eficiência e rapidez. Vale ressaltar que para utilização desse método de controle há a necessidade de considerar fatores importantes para sua eficiência, como por exemplo, época e método de aplicação dos herbicidas, fatores do ambiente, seletividade à cultura e infestação da área.
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Alberto Baêta dos Santos. AGEITEC - Agência Embrapa de Informação Tecnológica
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