Agricultura
Como identificar e controlar o capim-colchão na sua lavoura de arroz | BASF
Os produtores de arroz têm um desafio triplo quando se trata de controlar o capim-colchão. Isso porque essa planta daninha apresenta três espécies mais comuns nos campos da rizicultura: Digitaria horizontalis, Digitaria ciliaris e Digitaria sanguinalis. Essas invasoras têm estruturas muito parecidas – as espiguetas são a principal distinção, exigindo até o uso de lupa para identificar as diferentes características morfológicas. No entanto, há algumas particularidades quanto a seu desenvolvimento.
No Brasil, a espécie mais frequente é a D. horizontalis, que infesta sobretudo lavouras anuais e perenes em todo país. Sua ocorrência aparece, de maneira geral, em populações mistas com a D. ciliaris. Menos frequente no país como um todo, a espécie D. sanguinalis aparece de forma mais intensa na região sul. Outra diferença entre elas é que a D. horizontalis e a D. sanguinalis precisam de luz para germinar, enquanto a D. ciliares não tem essa necessidade, podendo germinar até mesmo no escuro. A temperatura ideal para a germinação de todas essas espécies varia entre 25°C e 35°C.
Além da aparência e da morfologia, as três espécies do capim-colchão apresentam outras semelhanças. São herbáceas de ciclo anual, que se apresentam eretas ou decumbentes e entouceiradas. Assim como as culturas com as quais compete por espaço, luz, água e nutrientes, também têm preferência por áreas mais férteis, apresentando pouca agressividade em solos pobres. Uma das formas de se alastrar além das sementes, é por meio do enraizamento de nós dos colmos em contato com a terra úmida.
A alta capacidade de propagação dessas invasoras é outra dor de cabeça para os produtores, pois cada planta é capaz de produzir, em média, 150 mil sementes, que são facilmente transportadas pelo vento. A aplicação de boas práticas de manejo para o controle dessas plantas daninhas é fundamental, porque não só prejudicam o potencial produtivo das lavouras como ainda servem de vetor para pragas e doenças. A D. horizontalis e a D. sanguinalis, por exemplo, podem ser hospedeiras de nematóides.
O controle eficiente de plantas invasoras na rizicultura começa antes de estarem concorrendo com as lavouras. Ou seja, é necessário que se faça um bom planejamento da área, controle na entressafra, com rotação de cultura, cultivares adequadas e semeadura no momento correto, utilizando-se sementes certificadas. O manejo químico, com herbicidas que apresentem soluções inovadoras, reforça esse cuidado com a sanidade, o desenvolvimento e o potencial produtivo das lavouras.