Agricultura

Quais as principais doenças do algodão? | BASF

O algodão é uma das culturas que mais tem evoluído na agricultura brasileira, pelo melhoramento genético e pelos avanços tecnológicos de manejo e de gestão. No entanto, toda a evolução alcançada nas últimas décadas, permitindo o cultivo em áreas mais extensas, é colocada em risco se não houver o cuidado fitossanitário correto com as lavouras, pois ainda há diversas doenças que prejudicam a produtividade das plantas e a lucratividade do produtor. Veja cinco dos principais problemas da cotonicultura nesse campo. 

Mancha-de-ramulária – Causada pelo fungo Ramularia areola, passou de pouco expressiva à condição de doença mais relevante no cultivo do algodão. De acordo com  artigo publicado na Revista Cultivar, os primeiros sintomas são lesões nas folhas mais velhas, na parte inferior da planta. O avanço da esporulação do fungo causa necrose, em formato angular. Conforme o ataque fica mais severo, cresce também a desfolha precoce, que pode comprometer o desenvolvimento das maçãs, reduzir em até 30% o rendimento da lavoura e prejudicar a qualidade da fibra. Recomenda-se o uso de variedades com resistência moderada, monitoramento das plantas e aplicação adequada de fungicidas no momento correto.  

Ramulose – Causada pelo fungo Colletotrichum gossypii, começa atacando folhas mais novas, provocando manchas necróticas de formatos circulares ou alongados. O rompimento do tecido atingido deixa buracos nas folhas. Também ocorre o crescimento desigual, causando enrugamento do limbo foliar. Todos esses sintomas prejudicam o desenvolvimento das plantas e, consequentemente, o potencial produtivo da lavoura. Para combate e prevenção, indica-se o uso de fungicida, inclusive no tratamento preventivo de sementes; adoção de plantio direto; rotação de culturas; e a escolha de cultivares com algum grau de resistência ou tolerância à doença.

Mancha angular – Causada pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. malvacearum, ataca o algodoeiro em todas as fases de desenvolvimento vegetativo da planta. O próprio nome já descreve os principais sintomas: lesões angulares nas folhas. Nas maçãs, o formato das manchas é arredondado. Presente em todas as regiões produtoras, a doença tem alto potencial destrutivo. O agricultor precisa estar muito atento ao manejo sanitário da lavoura, pois a bactéria causadora da doença pode sobreviver em restos de cultura contaminados ou se espalhar pela lavoura a partir de sementes infectadas. O controle envolve uma combinação de fatores: variedades resistentes ou tolerantes, sementes sadias e de boa qualidade, máquinas e equipamentos limpos, rotação de cultura com espécies não hospedeiras por no mínimo três anos, tratamento de sementes e aplicação de fungicidas. 

Mofo branco – Causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, a doença tem ampliado sua presença nas lavouras de algodão, sobretudo em áreas irrigadas após o plantio de soja, feijão e girassol. Também conhecida como podridão-de-sclerotinia, apresenta como sintomas murcha, necrose e podridão úmida em hastes, pecíolos, folhas e maçãs. Os sinais de sua presença aparecem também no interior do capulho, como micélio (parte vegetativa do fungo) branco e escleródios escuros irregulares. A formação dos escleródios é um fator que dificulta o combate, pois essa estrutura protege o fungo permanecendo no solo por até vários anos. O controle deve ser feito a partir da combinação de medidas de combate e prevenção: sementes sadias, variedades de porte mais ereto e espaçamento adequado que dificultem a formação de um microclima favorável ao fungo, fungicida, soluções biológicas e rotação de culturas com espécies não hospedeiras. 

Tombamento – Também chamada de damping-off ou mela, é causada por um complexo de fungos do solo, com destaque para o Rhizoctonia solani Kuchn. Começa a apresentar os sintomas no início da fase vegetativa do algodoeiro, logo após a emergência das plântulas. Surgem lesões irregulares de coloração parda, de tonalidades avermelhadas até mais escuras, que evoluem provocando o tombamento e a morte da plântula. Uma das consequências é a redução da população de plantas na lavoura, o que pode exigir até uma nova semeadura. Antes mesmo de saber o resultado da colheita, o produtor já tem certeza da redução em sua rentabilidade. O manejo preventivo de doenças fúngicas vai ajudar a evitar o tombamento, o que envolve limpeza de máquinas e implementos, uso de sementes certificadas e tratadas, rotação de cultura, evitar plantio em períodos chuvosos, cuidar da condição e drenagem do solo e eliminar hospedeiras, entre outras providências. 

O controle das doenças do algodão deve ser feito sempre com assistência do seu agrônomo de confiança.

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